Cuidar da saúde da população rural deve ser preocupação de todos – do Estado e das entidades de representação e defesa da família rural e das classes produtoras do campo. Além da importância dessa parcela da população brasileira na geração de riquezas em geral e de alimento, em particular, seu bem-estar é fator de segurança nacional. De regra, no campo, as condições de habitação, educação, recreação e acesso aos serviços de saúde são relativamente mais precárias do que nos centros urbanos, apesar dos gigantescos esforços das Administrações Municipais e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Muitas instituições estão cooperando neste esforço e uma delas é o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entidade de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural, integrante do Sistema S e vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em convênio com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Senar e CNA elaboraram e implementaram o projeto Saúde do Homem. Santa Catarina foi o Estado pioneiro na sua implantação, contando com a cooperação das Secretarias Municipais da Saúde, dos Sindicatos Rurais e da classe médica local.
A importância dessa iniciativa é imensa, especialmente em face das condições peculiares da vida nas áreas rurais, onde o preconceito e a ausência dos hábitos preventivos tornam as doenças urológicas uma preocupação constante.
Um dos efeitos desse problema é o alto índice de câncer de próstata, que acomete um em cada seis brasileiros. Trata-se de uma doença grave, cuja estimativa da Sociedade Brasileira de Urologia é de que atinja cerca de 70 mil homens/ano no País, o que corresponde a uma média de um caso a cada 7 minutos. Trata-se de um câncer que leva a óbito 20% dos seus acometidos e que tem um impacto muito grande na saúde do indivíduo, na sua vida pessoal e profissional e no contexto social e familiar.
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer José Alencar (INCA) apontam que o câncer de próstata é o que mais incide em homens de todas as regiões do Brasil, se comparado a outras neoplasias. O percentual de homens que nunca fizeram qualquer tipo de exame para prevenção de câncer de próstata ainda é grande, mas tem diminuído com o passar dos anos.
A soma dos esforços das entidades associadas, do Poder Público, das sociedades de especialidades e da mídia resultam na informação e na orientação da população em geral. Nesse aspecto, as mulheres – filhas, irmãs, companheiras – têm exercido importante papel, pois são essenciais para convencer o homem a se engajar nesse programa e em outras iniciativas semelhantes. Aliás, elas já participam de forma entusiástica do programa “Saúde da Mulher Rural” que assegura serviços de assistência à saúde da produtora rural.
Homens e mulheres do campo: sua saúde é a saúde do Brasil.
José Zeferino Pedrozo, Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária
do Estado de SC (Faesc)