Em meio a uma guerra de bastidores, de articulações e também de pressão nas ruas, chegou o dia de Eduardo Cunha. A sessão para apreciar o pedido de cassação dele está prevista para às 19h de hoje, caso não haja nenhuma chicana jurídica, o que não está descartado.
O ex-presidente da Câmara recorreu ao STF, pedindo o adiamento da sessão (o que parece pouco provável) ou então o tal de fatiamento do julgamento, a exemplo do que ocorreu no Senado com Dilma Rousesff. Certamente vai gerar celeuma, mas se a sessão for mantida, as chances de Cunha ser guilhotinado são muito grandes.
O Planalto deu as costas ao deputado, temendo que uma articulação palaciana para salvá-lo possa inflamar as ruas de vez contra Michel Temer. Já a queda definitiva do peemedebista poderia soar como uma mensagem de que a gestão atual não tem compromisso com o colega de partido, enrolado até o pescoço em mal feitos. É mais um dia que promete muitas emoções em Brasília!
Nitroglicerina
Largado à própria sorte, Eduardo Cunha pode negociar um acordo de delação premiada cujo teor é imprevisível. Há quem veja em possíveis revelações de Cunha poder para derrubar a República, atingindo inclusive Michel Temer e a cúpula do governo. Sem falar em uma centena de deputados e senadores.
Quórum
Há um mês, não se imaginava que a sessão desta segunda teria quórum. Pelo dia da semana e pela questão eleitoral. Mas a pressão das ruas pela cassação de Cunha cresceu muito e deve haver o número suficiente de deputados para a votação. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, já avisou que cada parlamentar vai ser responsabilizado se não marcar presença.
Local
Expectativa também para ver como será o quórum e os posicionamentos de deputados catarinenses, alguns com sabidas ligações de bastidores com Eduardo Cunha.