Réu em processo que envolve corrupção com dinheiro público, o notório Renan Calheiros peitou o Judiciário e está rindo à toa. Mais uma vez. Por 6 votos a 3, o pleno do STF derrubou a liminar do ministro Marco Aurélio Mello, determinando o afastamento dele da presidência do Senado. Decisão que foi olimpicamente ignorada pelo senador, que debocha do Judiciário, do Senado, mas principalmente do brasileiro comum. Há muitas avaliações dando conta de que Marco Aurélio, primo do ex-presidente Fernando Collor, ultrapassou o sinal ao acatar o pedido de afastamento protocolado pela Rede Sustentabilidade.
Mas a sensação que fica é que Renan tem poderes “ocultos”, inconfessáveis. Além de réu, e o próprio pleno do STF já definiu que um réu não pode estar na linha sucessória presidencial, estão na fila 11 processos contra ele, a maioria no âmbito da Lava Jato. Ah sim, o STF também proibiu Renan de assumir a presidência da República. É uma “punição” semelhante à aposentadoria compulsória dada a juízes corruptos e com sérios desvios de conduta. Saída salomônica (para não usar palavra de baixo calão) em nome da “harmonia” entre os poderes.