A deputada estadual Ana Paula Lima (PT/SC) trouxe hoje (15), ao Plenário da Assembleia Legislativa (Alesc), reproduções dos patos da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) -ave símbolo dos movimentos pró-impeachment da presidenta Dilma Roussef da avenida Paulista no ano passado – e questionou quem no final está “pagando o pato”. “Queremos devolver o pato para quem enganou o povo brasileiro”, ressaltou.
Ana Paula disse que o povo queria um governo diferente e, de fato, o governo mudou, mas para bem pior. “Por isso, hoje o Brasil inteiro está na rua dizendo ‘não’ à Reforma da Previdência e Trabalhista e estamos vivendo a pior recessão dos últimos anos”. A deputada citou vários indicadores econômicos que retratam o aprofundamento da crise depois que o atual presidente Michel Temer tomou o poder.
A renda média dos brasileiros caiu 9,1% em menos um ano, o PIB caiu 3,6% em 2016 e deve cair mais 1,1% em 2017 e o desemprego está em alta. “Se antes nos procuravam para discutir a categoria e aumentos de salário, hoje é só para pedir emprego. São cerca de 12 milhões de desempregados no Brasil”, destacou.
A parlamentar citou ainda o encolhimento de 6,5% do comércio em 2016 e o retorno à miséria de um milhão de pessoas que tinham saído do Mapa da Fome no governo Lula. “Estas pessoas passaram a fazer três refeições por dia e hoje estão procurando o Bolsa Família porque não têm mais dinheiro para comprar comida.” Segundo Ana, o Banco Mundial estima que até o final deste ano, 3,6 milhões de pessoas retornem à linha da pobreza, coisa que não se via no governo do Partido dos Trabalhadores.
Ana Paula afirmou que a Petrobras completou um ano de entreguismo com José Serra, “que já fez o seu serviço” e que o presidente da estatal, Pedro Parente, ameaça subir a gasolina e o diesel se a Justiça barrar sua política de venda das riquezas do pré-sal. “Este é o governo que está aí”, lamentou.
Na área da saúde, disse a deputada, houve redução de 20% da Farmácia Popular, onde as pessoas conseguiam remédios subsidiados e de graça, além do ataque ao SUS, ao programa Mais Médicos e a aprovação da PEC 55, que impõe 20 anos sem investimentos na área da educação e saúde. “Se estava ruim, sem recursos para estas áreas, vai ficar pior. A limitação dos gastos públicos colocam em risco os piores instrumentos de justiça social”, comentou.
Ana Paula citou também o encolhimento dos bancos públicos, que estão demitindo e fechando agências, principalmente nos menores municípios e dos Correios, que está desativando 250 agências no Brasil. Por fim, a deputada criticou a Reforma da Previdência que quer impor ao povo que trabalhe até morrer. “Por isso não queremos ‘Fora Temer’, mas ‘Vaza Temer’ que o seu tempo já acabou”, disparou.
foto: Solon Soares (Agência Alesc)