Em mandarim, língua oficial chinesa, a palavra crise tem a mesma grafia da palavra oportunidade. Claro, os milenares sábios asiáticos sempre souberam que em momentos difíceis as pessoas tendem a se dedicar no enfrentamento de situações que, normalmente, por conveniência ou comodidade, são evitadas.
Vivemos numa crise sem precedentes no Brasil, principalmente porque tem raízes não só econômicas, políticas e sociais, mas também de natureza ética. Nesse cenário de estarrecimento e indignação com a corrupção endêmica e generalizada instalada no país, causando verdadeira devastação moral, nosso ânimo e nossa determinação de trabalhar pelo bem não pode esmorecer.
É essencial que o Brasil avance, não só na profilaxia que está realizando em suas instituições, como também nas indispensáveis reformas que viabilizam o nosso futuro. É necessário que, com discernimento, serenidade e espírito público o Brasil recupere um ambiente legal que possibilite não apenas sair da crise, mas garanta, principalmente, para as futuras gerações, desenvolvimento e empregos. Nesse contexto, a modernização das Relações Trabalhistas e a reforma da Previdência devem ser enfrentadas.
Trata-se de viabilizar condições de sustentabilidade que estimulem a geração de emprego e que permitam que os recursos para o pagamento das atuais e futuras aposentadorias sejam garantidos.
Hoje, mais do que nunca, as instituições têm papel fundamental, pois estas, como sabemos, são maiores que as pessoas que as dirigem. Mas, as transformações também ocorrem no plano individual, no comportamento de cada cidadão, pois como ensina o iluminado Papa Francisco “ser feliz é parar de sentir-se vítima dos problemas e se tornar autor da própria história”.
O Brasil não pode parar, pois trabalhar e reformar é o caminho para alcançar o futuro que os brasileiros merecem, com mais prosperidade e paz.
Glauco José Côrte, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC)