A reunião da Comissão de Finanças da Assembleia hoje foi uma demonstração inequívoca da geleia geral em que se transformou a chamada base aliada do governador na Casa.
Em pauta, a avaliação das contas de 2014, último ano do primeiro governo de Raimundo Colombo e Eduardo Pinho Moreira. O relator da matéria é Darci de Matos, correligionário de Colombo. O TCE, como é praxe, aprovou a contabilidade com ressalvas. Mesmo assim, três deputados, dois considerados da “base”, pediram vistas. Rodrigo Minotto, do PDT, que foi aliado na campanha, mas até agora não ocupou um cargo sequer na máquina estadual; Dirceu Dresch, do PT (está no papel de oposição) e Antônio Aguiar, líder do PMDB, partido do vice-governador e que ocupa, ao lado do PSD, a maior parte dos espaços no governo. A legenda tem 11 deputados na Alesc. Não custa lembrar, ainda, que, neste colegiado específico, seis dos nove deputados são considerados governistas.
DESARTICULAÇÃO GENERALIZADA
Ou seja, está muito claro que a dificuldade do Executivo, no contexto da governabilidade, vai muito além da guerra envolvendo o magistério. Está tudo desarticulado. A leitura pelos corredores do Parlamento é a de que Nelson Serpa (Casa Civil) não tem perfil para fazer a interlocução. E Sílvio Dreveck, embora seja um excelente deputado e muito respeitado pelos colegas, é do PP, inimigo histórico e mortal do PMDB no Estado. Já há quem diga que o governador deve chamar a base o quanto antes e tentar acertar o baralho. No máximo, depois do feriado da semana que vem.
Fotos: Yuri Santos, Ag. Alesc, divulgação