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Reforma da Previdência é elemento-chave para equalizar déficit fiscal, aponta Fecomércio SC

Comissão aprovou ontem parecer com mudanças nas regras da aposentadoria 

A comissão especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (03) o parecer do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) com mudanças nas regras da aposentadoria e outros benefícios previdenciários. O texto ainda precisa ser aprovado pelo Plenário da Casa em dois turnos de votação antes de passar para o Senado.

O relatório alterou em diversos pontos o projeto original apresentado pelo Governo Federal: diferenciou as idades mínimas de aposentadorias para homem (65 anos) e mulher (62), diminuiu o tempo de contribuição para receber o benefício integral, escalonou as regras de transição entre o atual modelo e o regime proposto, reduziu os anos de contribuição e idade mínima para professores e policiais, entre outros.

Proposta, com várias modificações em relação ao texto original, foi aprovada em Comissão Especial
Proposta, com várias modificações em relação ao texto original, foi aprovada em Comissão Especial

Com essas concessões estima-se que a economia nas contas públicas para os próximos 10 anos reduza cerca de 25%, o que pode comprometer o cumprimento do Novo Regime Fiscal, isto é, limitar o crescimento do orçamento público à variação da inflação do ano anterior.

“A margem sobre a qual as rubricas da peça orçamentária poderão flutuar ficaria mais estreita e o aumento de gastos em áreas primordiais para o bem-estar da população brasileira, como saúde e educação, podem ficar comprometidos. Evidentemente, num contexto como esse, a discussão sobre a insolvência do estado brasileiro e o aumento a carga tributária volta à tona nos corredores do Governo como forma de sustar a deterioração dos serviços públicos. Este panorama seria desastroso para todos”, pontua o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

A Reforma da Previdência é considerada elemento-chave pela Federação para equalizar o déficit fiscal do Brasil, garantir a redução dos juros e a retomada da economia brasileira de maneira sustentada. “Não se pode deixá-la a mercê de interesses corporativos, sob pena de desfigurá-la completamente, não atingindo os impactos desejados nas contas públicas e na economia do Brasil”, pondera.

Conforme o empresário é necessário um maior esclarecimento do governo sobre a necessidade da Reforma para em seguida obter engajamento social e, assim, aprovar um “texto verdadeiramente igualitário para toda a sociedade, sem nenhuma espécie de regalias ou privilégios para determinados setores mais politicamente organizados”, finaliza.

Rombo

De acordo com informações do Tesouro Nacional, o déficit da Previdência correspondeu a 97% do déficit primário do Brasil  em 2016. O Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou déficit primário de R$ 154,2 bilhões. Desse total, R$ 149,7 bilhões (97%) vieram exclusivamente da Previdência Social. Os R$ 4,5 bilhões restantes que compõem o rombo foram obtidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central (BC). Para 2017, estima-se que o déficit na Previdência chegue a R$ 180 bilhões. 

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