O presidente está fazendo todos os movimentos ao seu alcance para permanecer no poder. Avisou e reavisou que não renuncia, muito embora ele já tenha entrado para a história como o primeiro a ser investigado, estando no cargo, pelos crimes de formação de organização criminosa, obstrução da Justiça e corrupção. Definitivamente, Temer entrou no módulo “vai ficando”.
A troca do ministro da Justiça, substituindo um deputado do baixo clero para colocar alguém respeitado no meio jurídico, foi movimento muito bem calculado. Pode surtir efeito imediato em uma das frentes onde o presidente está encrencado, o TSE. Nada impede que no dia 6 de junho, quando a corte retomar o julgamento do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, um ministro peça vistas e adie novamente a apreciação da matéria.
Na seara política, o presidente foi ao encontro de Fernando Henrique Cardoso em São Paulo. Deixou claro que vai se agarrar a todas as possibilidades para ficar no cargo. Acompanhado do tucano Tasso Jereissatti e do amigão e ainda ministro Moreira Franco, Temer mandou recado claro ao PSDB no Congresso, onde o ninho aprofunda divisões e divergências.
Boletim médico
No front econômico, se o presidente conseguir manter o trem nos trilhos, mesmo que a retomada seja em ritmo mais lento do que a desejada até estourarem as delações da JBS, o paciente terminal pode passar em breve para o estado de “respirando por aparelhos.” A conferir.