Com direito a banda de música e a companhia da primeira-dama, Marcela, Michel Temer prestigiou a concorrida festa de aniversário do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O folguedo se estendeu até a madrugada de sábado e reuniu políticos que, assim como o presidente, aproveitaram para comemorar a vitória da absolvição no TSE.
De acordo com vários relatos, os aliados presidenciais consideraram o processo no tribunal eleitoral a batalha mais difícil nestes tempos de presidentes claudicantes e enrolados até o pescoço em malfeitos com o dinheiro público.
Revigorado, Temer, conforme cravou um de seus assessores presentes ao evento, está com a faca nos dentes e vai pra cima do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para o presidente, o chefe do Ministério Público lidera uma campanha para tirá-lo do poder.
Janot deve denunciar Michel Temer ao Supremo ainda esta semana. Para que um presidente se torne investigado, a Câmara dos Deputados, onde ele também corre o risco de ser alvo de processo de impeachment, precisa autorizar pelo placar mínimo de três quintos dos votos. Tanto num caso como no outro, o Planalto avalia ter os votos necessários para novas vitórias.
Frase
“Eu na presidência, o Rodrigo na Câmara e o Eunício no Senado vamos liderar o País e a retomada do estado brasileiro. Nosso foco será levar o Brasil para um porto seguro até 2018, com inflação baixa, redução de juros, normalização do câmbio, PIB crescente e a volta do emprego. Foi uma vitória extraordinária, mas sei que têm outras batalhas pela frente”. Michel Temer, na festa de aniversário de Rodrigo Maia.
Reação
Presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, reagiu com firmeza à notícia de que o presidente da República teria colocado a Abin para fazer uma devassa na vida do relator da Lava Jato, Edson Fachin. No fim de semana, ela declarou que a prática é típica de regimes ditatoriais. Temer ligou para a ministra e negou tudo, mas o clima é de muita tensão.
Desdobramentos
O presidente e seus assessores estão comemorando a vitória no TSE. Mas não tiram o olho dos movimentos de Rodrigo Rocha Loures, homem da mala que se transformou em homem bomba.
Tática
Assim como fez e ainda faz o PT, Michel Temer não está explicando nada. Partiu para cima de seus supostos algozes, usando a velha tática de tentar desqualificar os “adversários”. Tanto é verdade que o presidente ignorou as 82 perguntas enviadas a ele pela Polícia Federal. O prazo venceu e ele não respondeu.
Surreal
Difícil acreditar que Michel Temer ainda é presidente, e que Aécio Neves, Renan Calheiros, Dilma Rousseff e Lula da Silva ainda estão soltos!
Convergência
Inimigos mortais, PT e PMDB se uniram no processo de cassação da chapa Dilma-Temer. Questionado sobre o julgamento, Lula da Silva preferiu o silêncio. Um silêncio ensurdecedor.