Blog do Prisco
Coluna do dia

O desmentido de Décio

Presidente do PT catarinense, deputado Décio Lima, desmente a esdrúxula proposta da presidente nacional do partido, senadora  Gleisi Hoffmann (a narizinho empinado do PT). Ela declarou que, caso Lula seja condenado em segunda instância, ficando impedido de disputar o pleito do ano que vem pela Lei da Ficha Limpa, nenhum petista disputaria cargo eletivo em 2018. Como a coluna já registrou, pura conversa pra boi dormir, avaliação confirmada agora pelo comandante do partido no Estado.

Segundo Décio, que participa da coordenação da campanha da Lula da Silva, a estratégia é eleger o ex-presidente para um terceiro mandato, além de emplacar governadores e ampliar a bancada federal no pleito do ano que vem. A missão, em função do contexto da Lava Jato e outras investigações, é deveras espinhosa. Mas  demonstra uma postura diametralmente oposta ao devaneio proposto por Gleisi que, ao que tudo indica, está falando por ela mesma, apesar de ser a presidente do diretório nacional petista.

Aliás, o próprio Décio pode concorrer ao governo de Santa Catarina. Está avaliando os cenários no Estado e também a questão nacional que envolve Lula da Silva.

 

Respingos

A nova decisão do STF, apesar de polêmica quanto à semi-prisão domiciliar de Aécio Neves, coloca novamente o PSDB na berlinda dos escândalos nacionais. Os reflexos nos Estados acabam sendo inevitáveis. Resta saber como o senador Paulo Bauer, que como líder da bancada tucana na Câmara Alta, convive com o mineiro semanalmente, vai administrar a situação.

 

Posição

Mas não é só o convívio que pode contaminar. Na condição de líder, Bauer já teve que se manifestar publicamente. Obviamente gera desgaste, porque Aécio foi gravado pedindo propina ao bandido-geral da República, Joesley Batista. Dalirio Beber, o outro senador tucano de SC, foi na mesma linha. Pode não pegar bem perante a opinião pública.

 

Dúvida

Presidente da CCJ da Alesc, Jean Kuhlmann, durante votação dos dois projetos que, na prática, liberam a Celesc para contratar financiamento de US$ 345 milhões junto ao BID e à Agência Francesa de Desenvolvimento, levantou a seguinte questão. O empréstimo é positivo em função das condições, mas será que a Celesc não tem como melhorar a gestão, fazer cortes e investir recursos com recursos próprios? Para Kuhlmann, é estranho o fato de a companhia não ter condições de atender à demanda sem recorrer aos bancos.

 

Hedge

Os deputados Gelson Merisio (PSD) e Milton Hobus (PSD) alertaram a direção da Celesc para a necessidade da realização de uma operação de hedge cambial nestes contratos de financiamento, uma espécie de seguro contra variações bruscas na cotação do dólar. Como o empréstimo ocorrerá em moeda estrangeira, há uma preocupação com os impactos que eventuais altas da cotação do dólar possam causar nas finanças da Celesc. Hobus disse que, apesar dessa operação aumentar o custo da operação, ela vai proteger a companhia.

 

Privatização

Kennedy Nunes e Rodrigo Minotto foram os dois únicos votos contrários ao empréstimo da Celesc. Kennedy questionou o fato dos acionistas privados não oferecerem contragarantias ao empréstimo. “80% das ações da Celesc estão nas mãos do setor privado. E o Estado vai assumir 100% da responsabilidade por esse empréstimo. Isso não me parece correto”, destacou.

 

Privatização

O parlamentar acredita que eventuais dificuldades enfrentadas para o pagamento vão abrir caminho para a privatização da companhia.