Até o fechamento da coluna, a Câmara não havia votado o pedido de investigação contra o presidente Michel Temer, a segunda denúncia de Janot, por organização criminosa e obstrução de Justiça. Mas independentemente do placar, uma vez suspenso o processo, o governo-tampão tende a caminhar a passos largos para mais medidas impopulares. Sem a aprovação de qualquer reforma significativa.
No vácuo da segunda vitória do Planalto sobre Janot, voltarão à baila notícias sobre aumento de impostos. E coisas como o fim do abono salarial, que garante um salário mínimo extra por ano a quem ganha até salários mensais. Na outra ponta, Temer e seu time acabam de aprovar um generoso Refis (para beneficiar empresas grandes que não pagam os impostos) e todo tipo de benesses à poderosa bancada ruralista. A coluna aplaude e apoia o agronegócio brasileiro. Mas é inaceitável a lógica implantada pela atual administração: tirar ainda mais dos pobres para rechear ainda mais o bolso dos mais ricos.
Afinação
Mesmo em viagem ao exterior, Gelson Merisio mostra sua influência na política catarinense. Ontem, por orientação do pré-candidato ao governo pelo PSD, o correligionário Jean Kuhlmann, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Alesc, não levou à votação à emenda que corrige o papel do Estado, como fiador financeiro, do projeto que permitirá ao BID fazer empréstimo milionário à Celesc.
Digitais
Merisio retorna a Santa Catarina na segunda, 30. A próxima reunião da CCJ é na terça-feira, 31, quando a matéria poderá voltar à pauta. Vai depender muito das considerações do deputado acerca do atual estágio da proposta. E também, claro, do nível de afinação entre Merisio e Kuhlmann.
Saúde e corrupção
Aleluia. Raimundo Colombo teve que ir a Brasília para que o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciasse a liberação, parcelada, de R$ 38 milhões para, vejam só, pagar atrasados do SUS aos hospitais filantrópicos de Santa Catarina. Notícia importante. O governador está fazendo o papel dele. Tudo bem. Mas aos olhos do cidadão comum, soa até constrangedor o próprio governador de um Estado que manda bilhões todos os anos ao Planalto Central ter que ir a Brasília para conseguir este valor que, está bem distante, por exemplo, dos R$ 51 milhões de Geddel (malas e caixas) Vieira Lima. Repetindo: são R$ 38 milhões, parcelados, para pagar atrasados à Saúde!
Pró-Temer
Raimundo Colombo aproveitou a agenda em Brasília, na véspera da votação da segunda denúncia contra Michel Temer, para fazer o velho e bom corpo-a-corpo junto aos deputados federais. Pediu apoio à bancada catarinense dos partidos aliados para ajudar a tirar o presidente do sufoco.
Prestigiado
De fino trato e figura extremamente agradável, o catarinense Jorge Mussi, ex-presidente do TJSC, está vivendo o auge da carreira. Sua posse como ministro efetivo e corregedor do TSE, terça à noite, foi prestigiadíssima. O magistrado terá papel decisivo nas eleições do ano que vem.
Lava Jato
Além do governador, do vice, e muitos amigos, Mussi reuniu uma miríade de procuradores, magistrados, advogados e políticos de todos os matizes.
A imprensa nacional também deu destaque à posse do catarinense, que se notabilizou pelo grande conhecimento jurídico e pelas decisões contundentes, no STJ, aonde é titular, acerca de empresários envolvidos na Lava Jato.