Depois de levar à geladeira a segunda denúncia de Janot contra Michel Temer, o Planalto agora corre contra o tempo para aprovar as medidas de ajuste fiscal essenciais para cumprir a meta fiscal, que prevê rombo de R$ 159 bilhões nas contas oficiais.
Para chegar ao número, o governo calcula que precisa economizar R$ 6 bilhões em um pacote de medidas que prevê o adiamento do reajuste de servidores por um ano; mudança na tributação sobre fundos de investimentos e o cancelamento de reajustes de cargos comissionados.
Para atingir a meta negativa, a atual gestão avalia que precisa aprovar as três medidas até o fim deste ano. O pacote deveria ter chegado ao Congresso no começo de outubro, mas deve aportar no Legislativo somente nesta semana, que é curta. Atraso grande, provocado pela mobilização da tropa-de-choque de Temer em torno da segunda flechada de Janot. Expectativa agora para saber se os parlamentares, neste caso, vão se posicionar por convicção ou exigirão mais benesses do Planalto.
Impacto
Se o trio de medidas não for aprovado em 2017, os cálculos da equipe de Henrique Meirelles apontam para perda de R$ 11 bilhões em arrecadação no ano que vem, ferindo de morte a meta de rombo bilionário. As medidas devem chegar ao Congresso na forma de Medidas Provisórias. As MP’s, uma vez aprovadas, passam a ter força de lei imediatamente.
Projeto tucano
Foi mera coincidência a cor e o estilo das camisas usadas pelos senadores Paulo Bauer e Dalírio Beber durante recente evento regional do PSDB em Urubici. Mas, para muitos, é mais um indicativo da sintonia de ambos. O prefeito da cidade, Antônio Zili, abraçado por Bauer, e o empresário Roberto Amaral, que disputou a prefeitura de Lages em 2016.
Testemunhas
Em frente à quase 200 correligionários de Bocaina do Sul, Bom Jardim da Serra, Florianópolis, Lages, Otacílio Costa, Palhoça e Rio Rufino, tranquilizaram aos tucanos da Serra que a sigla vai ter candidato ao governo e que Bauer está, a cada dia, mais pré-candidato.
Luz ao financiamento
Esta terça-feira será decisiva para a Assembleia aprovar os dois projetos de financiamento da Celesc junto a duas agências internacionais de fomento, totalizando R$ 1,2 bilhão. Há mobilização de tucanos e peemedebistas para aprovar tudo em três comissões de forma relâmpago e levar o texto ao plenário durante a sessão ordinária que começa às 16h. Até o líder Darci de Matos já está na turma pró-financiamento.
Ampulheta
O prazo dado pelos bancos é o fim de outubro, ou seja, a própria terça-feira. Como pano de fundo na queda-de-braço, que envolve, na outra ponta, líderes do PSD, a campanha de 2018 e o futuro da companhia, que tem tudo para ser privatizada nos próximos anos.
Internados
Michel Temer, que passou mal no dia da votação da segunda denúncia de Janot e foi internado em seguida, já teve alta ontem. O presidente operou a próstata na sexta-feira. No sábado, Raimundo Colombo baixou ao hospital. Foi internado no Baía Sul, em Florianópolis, acometido de diverticulite. Até segunda ordem, Colombo não precisará se submter a procedimento cirúrgico e deve ter alta hoje.