Blog do Prisco
Coluna do dia

Governo acabou

Embora os políticos sigam fazendo cara de paisagem, à medida que surgem novas delações no contexto da Operação Lava Jato, as dificuldades para o governo aumentam.

Notório bandido, delinquente, Lúcio Funaro, operador de propinas do PMDB por 15 anos, prestou depoimento minucioso em seu acordo de delação premiada. E mostrou-se muito, mas muito seguro.

Novamente, o presidente Michel Temer foi levado ao centro das atenções. Segundo Funaro, ele recebeu R$ 2,5 milhões em propina como “pagamento” pela liberação de um financiamento com recursos, vejam só, do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS), que é dinheiro que as empresas recolhem dos trabalhadores e encaminham ao governo. Pelo menos em tese!

 

Estrago

Embora o depoimento tenha partido de um bandido da pior espécie, a riqueza de detalhes deixa muita gente mal e vai gerando mais desgaste e fragilizando ainda mais o Planalto. Novas delações devem vir e a sensação é que a festa acabou. A atual gestão vai apenas cumprir tabela. Nada mais.

 

Abaixo da crítica

Evidentemente que a continuidade de notícias sobre corrupção deslavada por todos os lados trará reflexos às eleições. E não só para o PMDB. O PSDB também está brutalmente atingido, sobretudo pelo enorme problema que atende pelo nome de Aécio Neves. Trata-se de uma legenda marcada por eternas divisões em suas fileiras. Os tucanos podem sofrer bastante em 2018.

 

Sacrifício

Seja Geraldo Alckmin ou qualquer outro nome, quem assumir a candidatura presidencial pelo PSDB enfrentará cenário bastante adverso em uma realidade de Lava Jato. A realidade é que o PMDB e o PSDB de 2018 podem ser o PT de 2016, quando a sigla de Lula da Silva encolheu substancialmente em função da sucessão de escândalos administrativos, políticos e ideológicos.

 

Frase

“Não quero falar sobre o PSDB. Todos os partidos estão desgastados. É preciso reconhecer os erros e corrigir”. Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao Jornal Valor Econômico

 

Interinidade

Auditor Fiscal desde 1995, Renato Lacerda, cujo perfil técnico já faz deputados torcerem o nariz, assumiu interinamente a Secretaria da Fazenda. Almir Gorges vai cuidar da saúde e não retorna ao posto.

 

Celesc

Embora a maioria tenha votado a favor do projeto que autoriza a Celesc a contrair empréstimo bilionário, os deputados fizeram ressalvas à proposta na sessão ordinária de terça-feira. Natalino Lázare (sem partido) e Altair Silva (PP) lamentaram a não aprovação de emenda que garantiria o investimento de 20% dos recursos emprestados à melhoria das redes de eletrificação rural.

 

Contra

Kennedy Nunes (PSD) foi o único deputado a votar contra a operação financeira da elétrica catarinense.

 

Voo

Nos bastidores, tem gente influente e bem informada dando como certa a renúncia de Napoleão Bernardes, prefeito de Blumenau, em 2018. Se não conseguir uma vaga majoritária, o jovem alcaide disputaria uma cadeira na Câmara Federal, deixando a prefeitura nas mãos do vice, Mário Hidelbrand (PSB). O que seria uma transição tranquila em função do excelente trânsito político e empresarial do vice.