Esta semana, assessores flagraram uma animada conversa entre Esperidião Amin, Paulo Bauer e João Rodrigues na Câmara dos Deputados. O ex-governador já admite publicamente sua intenção de disputar o governo. Agora, a aliança “ideal” de Amin seria com os tucanos (Bauer já foi seu vice-governador entre 1999 e 2002). O pepista poderia encabeçar a chapa e o atual senador tentaria renovar o mandato. Já se falou inclusive em nome de candidato a vice-governador. O citado foi o deputado federal Jorge Boeira, contemplando a questão geográfica. Neste caso, Bauer seria o cabeça de chapa e o próprio Amin concorreria ao Senado. Curiosamente, na semana passada, Amin tirou fotos com lideranças do PT, sinalizando para a possibilidade de coligação. Ou seja, o ex-governador saiu de um extremo a outro da política no intervalo de sete dias. Soa quase como um legítimo samba do crioulo doido.
João Rodrigues, a seu turno, entrou no circuito majoritário, apesar de ser do mesmo partido de Gelson Merisio e da mesma e importante região Oeste. Quem observa tudo de camarote são os peemedebistas!
Incógnita
A pergunta que não quer calar em relação a toda esta movimentação de Esperidião Amin é: será que ele consegue combinar com os russos? Os russos, nesse caso (parafraseando Mané Garrincha) são os seus próprios correligionários. Quem controla a fatia majoritária do partido (Silvio Dreveck, Joares Ponticelli, outros deputados e prefeitos) continua alinhadíssimo ao PSD e ao PSB.
Embate
Se Amin tivesse a maioria dentro do partido, ele teria batido chapa com Silvio Dreveck na convenção de agosto. Em vez disso, o ex-governador aceitou ficar mais cinco meses no leme do PP-SC. Em fevereiro, ele passa o comando ao próprio Silvio Dreveck.
Rachados
O mesmo raciocínio que vale para o PSD após o anúncio de João Rodrigues, que agora também é pré-candidato ao governo, vale para o PP. Aliás, no PP o racha é ainda mais profundo. O quadro é semelhante nas outras grandes legendas. O PT é quase uma exceção em função do momento.
Fim do foro
O deputado Rogério Peninha Mendonça encampou uma importante bandeira em Brasília. Nesta semana, em reunião com parlamentares federais do PMDB, o catarinense cobrou uma postura decente do seu partido na votação do fim do foro privilegiado, prevista para ocorrer nas próximas semanas. Ao tomar a palavra, Peninha pediu um ponto final ao que ele considera uma mordomia inadequada. A proposta é da lavra do senador e presidenciável Alvaro Dias (Podemos).
Frase
“Se todos somos iguais perante a lei, não há motivo para que se insista em tal regalia. Este maldito foro privilegiado tem se tornado, em muitos casos, uma excelente bengala para a corrupção.” Rogério Peninha Mendonça
Alcance
O que não está dito claramente nos discursos oficiais de parlamentares em relação ao fim do foro privilegiado é o alcance da medida. Pela proposta defendida por Peninha e tantos outros, o Poder Judiciário também perderia o privilégio. É aí que pode estar o xis da questão. Ao embretar o outro poder, os deputados podem estar enterrando a iniciativa, pois ministros de cortes superiores e desembargadores não parecem dispostos a abrir mão da prerrogativa.
Silêncio
Por falar em convenção do PP, que ocorreu no dia 21 de agosto, Eduardo Moreira declarou, no dia seguinte, que denunciaria o “jogo pesado” que marcou o evento pepista. Naquele dia, os pepistas aprovaram moção de compromisso para aliança com o PSD. Já passaram três meses e o vice-governador segue calado em relação ao assunto.