Blog do Prisco
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Empreendedor com leite nas veias e queijo no coração

Acari Menestrina, fundador da Gran Mestri, é o novo personagem do Programa da FIESC. Ele anunciou a construção de nova fábrica para produzir queijos provolone e gorgonzola

O leite foi um produto sempre muito próximo do industrial Acari Menestrina. Na infância, ele auxiliava sua vó a ordenhar as vacas, na propriedade rural da família, no Vale do Itajaí, e ajudava na venda do leite. Já na época, o menino anunciava que um dia fabricaria queijos. A profecia se concretizou e, depois de atuar por vários anos como extensionista rural, acabou fundando duas indústrias de laticínios. A mais recente é a Gran Mestri, a maior fábrica de queijos duros da América Latina, instalada em Guaraciaba. Acari é o personagem do novo episódio do Programa Histórias da Indústria, da FIESC. A reportagem, produzida pela TV Indústria SC, foi lançada na reunião de diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), na sexta-feira (15), em Florianópolis. Em seu discurso, o industrial, muito emocionado, foi aplaudido em pé. Ele anunciou a construção de uma nova fábrica, com obras já iniciadas e previsão de entrega para meados de 2018, que, conforme anunciou, será a maior fábrica de queijos provolone e gorgonzola do Brasil.

Acari Menestrina Fiesc
Diretoria da FIESC presta homenagem a Acari Menestrina. Foto: Fernando Willadino

Clique aqui para assistir ao programa Histórias da Indústria e aqui para ver a cobertura fotográfica da reunião de diretoria da FIESC desta sexta-feira (15)

“Realmente temos mais um exemplo do industrial catarinense. Os visionários têm o poder de transformar a realidade. O Oeste e o Extremo-Oeste devem muito à visão, ao sonho, à esperança e à determinação de Acari Menestrina. Para nós, da FIESC, é uma honra tê-lo na galeria dos industriais que fazem a história de Santa Catarina”, afirmou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembrando que 15 industriais já foram homenageados. “Na verdade, quem é homenageada é a indústria de Santa Catarina, é a FIESC quando pode trazer aqui industriais do porte de Acari e dos demais já reconhecidos”, completou.    

Natural de Rio dos Cedros (a 40 quilômetros de Blumenau e 180 de Florianópolis), filho de pequenos agricultores descendentes de italianos, aos 17 anos ingressou no Colégio Agrícola de Camboriú, onde fez o Curso Técnico em Agropecuária. Após a sua formatura em 1975, fez o concurso na então Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Santa (atual Epagri) e foi para o Oeste de Santa Catarina.

“Como extensionista eu lancei o desafio de transformar o Oeste catarinense na principal bacia leiteira do Brasil. Para isso, foi feito um grande trabalho, os produtores acreditaram e as empresas se instalaram na região. É a bacia leiteira que mais cresce no Brasil. Atualmente, Santa Catarina é o quarto produtor de leite no País e produzimos hoje mais leite que o Uruguai”, lembra Acari.

Depois de muitas viagens a mais de 30 países para conhecer a tecnologia em laticínios, Menestrina fundou a Gran Mestri, com o objetivo de ser líder de mercado em produtos de valor agregado e diferenciados e o intuito de substituir os queijos importados.

“Iniciamos fabricando o Grana Padano. Ele é milenar, é considerado o melhor queijo do mundo. A Gran Mestri começou pequena. Eram somente seis funcionários, levamos quase quatro anos para dominar a tecnologia. Foi um grande desafio. Hoje são mil pessoas que  fazem parte dessa força toda, deste grande time Gran Mestri. A gente deu um salto gigantesco com os mestres queijeiros e a tecnologia italiana; e na produção de leite, a tecnologia neozelandesa”, destacou Acari. Hoje, a Gran Mestri fabrica mais de 20 toneladas de produtos por dia. 

“Naquilo que a gente faz a gente quer ser o número um, porque dos dois ao dez tudo é igual e por isso o nosso sonho é ser a referência, ser o melhor em queijos finos e diferenciados para o Brasil”, enfatizou Menestrina.

Durante o evento na FIESC Menestrina destacou mais uma vez a figura de sua mãe Erna – ele perdeu o pai quando tinha quatro anos de idade. Disse também que o ponto crucial para a indústria de laticínios é a contínua elevação da qualidade da matéria-prima. “O grande desafio é o produtor rural, o treinamento e a qualificação, para a produção de leite de qualidade internacional”, afirmou o industrial.