Embora Mariani tenha demonstrado musculatura interna e viabilizado a consulta prévia, o vice-governador Eduardo Moreira e o senador Dário Berger foram contra a realização da eleição interna marcada para 17 de março.
O raciocínio é cristalino: não aprovam a ideia porque os dois são pré-candidatos ao governo. O mesmo também vale para o prefeito de Joinville, Udo Döhler, que não participou da reunião desta segunda, mas já declarou que não vai para a disputa e não concorda com esta modalidade.
O vice-governador vê as prévias como empecilho. Ele deve ser efetivado governador em abril. Marcadas para março, as prévias só atrapalham sua caminhada para viabilizar uma eventual candidatura depois que estiver com a caneta na mão. Ele quer buscar a indicação já como governador-tampão.
Mesmo raciocínio vale para Dário Berger. Se disputar e perder em março, ele fica enfraquecido para tentar se impor como candidato na convenção do MDB. Moreira e Berger (que participaram da reunião desta segunda) podem se fortalecer se Mauro Mariani não crescer nas pesquisas até a data fatal da convenção.
Unção
Já Udo Döhler quer ser ungido candidato e não quer prévias porque não tem votos dentro do MDB. Na verdade, essa postura dele não faz sentido. O alcaide tem é que agradecer ao presidente do partido. Participando da prévia, ele não teria que renunciar no escuro, correndo o risco de ficar sem a prefeitura e sem a indicação para disputar o governo do Estado pelo Manda Brasa.
Esqueceram de mim
Se inscrevendo para o pleito interno, depois ele não pode reclamar que não renunciou por falta de garantias de que seu nome seria o da cabeça de chapa em outubro. E esse negócio de ser aclamado a partir de Joinville, cá entre nós, não existe.
Natimortas
Apesar de ter sido aprovada e com datas já definidas, as prévias no MDB-SC têm tudo para não ocorrer. Isso porque Mauro Mariani deve ser o único inscrito. Moreira e Berger não vão entrar no páreo em função dos argumentos expostos acima.
O poder da convenção
O comandante do Manda Brasa poderia até provocar alguém para se inscrever e lhe assegurar a escolha antecipada. Mas ele mesmo sabe que, o que vai valer, de fato, é o que for decidido na convenção homologatória do partido, que tem prazo até 5 de agosto para acontecer. Mariani também sabe que, na undécima hora, apesar de estarem declarando apoio a ele, tanto o vice-governador como o senador podem disputar contra ele na convenção. Udo Döhler pelo menos é mais sincero e transparente.
Ele pode?
Um belo resumo do atual momento, da lavra do jornalista Cláudio Humberto: “Os críticos à nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) no cargo de ministro do Trabalho, alegando que ela sofreu condenação da Justiça do Trabalho, são basicamente os mesmos que defendem a candidatura presidencial de político condenado por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Até empunham faixas para sustentar o besteirol de que “eleição sem Lula é fraude”.
Tendenciosos
Sem contar que a cobertura da “grande imprensa”, no geral, é absolutamente tendenciosa em favor do condenado. Que trata como presidenciável e não como o que ele é na atualidade: condenado por prática de corrupção. E corrupção cabeluda. Só oque se espera é que os três, vale repetir, três desembargadores, votem à luz do Direito e com suas consciências nesta quarta, em Porto Alegre.