É muito forte a repercussão a partir do anúncio do pacote de medidas de enxugamento do governador em exercício, Eduardo Moreira.
Principalmente dentro do seu partido, o MDB. Um dos mais atingidos politicamente é justamente o presidente da Assembleia Legislativa, Aldo Schneider. O deputado foi eleito e assumiu a presidência do Parlamento há duas semanas. É correligionário de Moreira.
A tesourada do governador vai desativar todas as quatro Secretarias Regionais da base eleitoral de Schneider. A saber: Timbó, Ituporanga, Ibirama (terra de Aldo) e Taió.
O Alto Vale é o território principal de atuação do presidente do Legislativo. Assim como do deputado federal Rogério Peninha Mendonça que, dentre os cinco federais do MDB catarinense, é o que reúne as melhores condições para a reeleição.
A fervura é tamanha que os secretários da Casa Civil, Luciano Veloso, e da Administração, Milton Martini, irão à Alesc conversar, ainda nesta quarta-feira, 21, e pedir apoio dos deputados do MDB ao pacotaço de Eduardo Moreira. Não terão missão fácil.
VOLTA AO MODELO ORIGINAL
Um dos principais questionamentos que vem sendo feito depois do anúncio de Eduardo Moreira é o porquê 15 Secretarias Regionais foram escolhidas para entrar no corte governista.
Moreira e seus escudeiros estão começando a explicar. Porque, segundo o projeto original criado por Luiz Henrique da Silveira, seriam 21 as regionais. Na verdade, as 21 associações de municípios de Santa Catarina seriam transformadas nas hoje Agências de Desenvolvimento. Esse era a ideia original de LHS.
Como Luiz Henrique foi muito pressionado quando era governador, acabou cedendo e surgiram outras 15 pastas. Isso não foi dito aos deputados na terça-feira, durante o almoço da bancada do MDB com o governador em exercício. Na Alesc. Moreira pediu apoio, falou da necessidade de corte de gastos aos correligionários, etc e tal, mas não deu detalhes. O anúncio das regionais, sobretudo, pegou todos absolutamente de surpresa.
Inclusive o próprio Aldo Schneider, o mais atingido em sua base, onde as ADR’s serão varridas do mapa. Pelo fato de ser presidente do Parlamento, correligionário do governador, tendo sido eleito há tão pouco tempo e simbolizando a volta do MDB ao comando do Legislativo 31 anos depois, Aldo Schneider deveria ter sido avisado com antecedência. Mas não foi. Ficou sabendo nesta quarta pelos jornais. Como é político conciliador, equilibrado e experiente, Schneider não vai dar nenhum tipo de resposta via imprensa. Mas o clima é muito ruim.