O governador licenciado Raimundo Colombo recebeu os deputados da bancada do PSD na Assembleia Legislativa para um almoço na Casa da Agronômica, esta semana. O ex-prefeito de Florianópolis César Souza Júnior também participou do encontro.
O governador licenciado, embora tenha demonstrado que está muito incomodado com Eduardo Pinho Moreira, que não está atendendo os pleitos dos deputados do PSD e nem os do próprio Colombo, confirmou que renuncia no dia 6 de abril. No dia 7, em Lages, ele será lançado pré-candidato ao Senado e falará sobre todos os temas do seu governo, explicando, ainda, situações como o Fundam.
A maior mágoa do pessedista é o anúncio de Eduardo Moreia, feito semana passada, afirmando que o Fundam 2 é um projeto de Colombo e não dele. O governador interino também vai enviar uma nova carta-consulta ao BNDES, mudando o objeto do Fundam. No projeto do governador licenciado, os recursos seriam distribuídos entre os 295 municípios.
Já o peemedebista quer a verba para aplicar em grandes obras estaduais, via Pacto Por Santa Catarina. Moreira fez a declaração na quinta passada, quando deu posse a cinco novos secretários. Afirmou ele. “O BNDES respondeu negativamente a semana passada (ao modelo de Fundam 2). Hoje (quinta passada), estamos ultimando o pedido do meu governo e resolveremos a aplicação de R$ 500 milhões”. O clima é ruim entre os dois líderes e seus grupos partidários.
Ou seja, a chapa já esquentou entre Colombo e Moreira antes mesmo de o emedebista ser efetivado no comando do Estado. Imagine só depois da renúncia e efetivação, em plena campanha eleitoral!
Coordenação
O líder lageano será o coordenador de um grupo pessedista para conduzir a campanha majoritária e proporcional do partido. O líder na Alesc, Milton Hobus, e o deputado federal Cesar Souza, dentre outras figuras da sigla, também vão compor a coordenadoria eleitoral pilotada por Raimundo Colombo.
Descontração
Embora o descontentamento em relação ao MDB tenha dado o tom do almoço oferecido por Colombo à bancada do PSD, houve momentos de descontração. A certa altura, o líder Milton Hobus, brincou. “Este ano não vai ter Fundam. Mas em 2019, teremos Fundam no governo de Gelson Merisio”, arrancando sorrisos dos correligionários.
Tertius
O prefeito de Lages, Antônio Ceron, assumirá a presidência estadual do PSD. Ainda não há uma data definida, mas ele deve ir para a proa da nau pessedista antes da campanha começar pelo calendário oficial da Justiça Eleitoral.
Foi este o entendimento a que chegaram Merisio e Kassab, semana passada, em São Paulo.
Foco na campanha
Não conferem, portanto, as especulações de bastidores indicando que a cadeira número 1 do partido em Santa Catarina seria assumida por Raimundo Colombo. O governador licenciado vai cuidar de sua campanha ao Senado (salvo alguma reviravolta de última hora no cenário).
Prazo
A transição não deve ocorrer em junho, quando a direção nacional vai prorrogar os mandatos dos atuais dirigentes estaduais. Ocorrerá depois do prazo fatal para a realização das convenções homologatórias, em 5 de agosto. Merisio também vai cuidar de sua campanha, liberando-se da presidência da sigla.
Tertius
Ceron será uma espécie de Tertius. É muito ligado a Gelson Merisio e tem raízes políticas originais com Raimundo Colombo. Assumindo, um dos papeis que o prefeito poderá desempenhar é o de ponto de equilíbrio entre o governador e Merisio.
