A forma célere como Eduardo Pinho Moreira vem tomando decisões importantes no governo é, até certo pont, compreensível. Seu mandato é tampão. Ele tem pouco tempo para mostrar serviço e se viabilizar como nome do MDB para candidatar-se à reeleição.
Politicamente, o governador decidiu enxotar o PSD. Faz parte, é do jogo político. Administrativamente, o emedebista fez anúncios de bom impacto, como desativação de 15 regionais e o corte, ainda que insuficiente, de comissionados do governo. Além da revisão de contratos. Maravilha.
Agora, ao editar a Medida Provisória 220/2018, Moreira entrou em terreno pantanoso. Sem maiores delongas e muito menos diálogo com o setor varejista, um dos principais interessados na matéria. O emedebista conseguiu, de uma só tacada, colocar em pé de guerra duas entidades empresariais das mais representativas do Estado. A Fecomércio, absolutamente contrária à medida; e a Fiesc, que está respaldando a investida do governo estadual. Não se tem notícia, na história recente, de dificuldades na convivência entre as principais federações patronais catarinenses. Uma das marcas do associativismo em Santa Catarina é a harmonia na convivência e a articulação em favor de bandeiras conjuntas.
Abalo
A MP de Moreira pode estar colocando uma cunha neste equilíbrio. E, de quebra, levou o PSD a impor uma grande derrota ao governo na Assembleia, aonde os vetos do Executivo já vinham sendo derrubados sistematicamente. O pano de fundo é o afastamento abissal existente hoje entre MDB e PSD, partidos que governaram juntos nos últimos 12 anos.
Ideologia?
Na Assembleia, houve tiroteio verbal sobre o projeto de lei, aprovado pela Câmara de Florianópolis, que permite a contratação de OS para gerir setores da Saúde e da Educação. Os esquerdistas repetiram os mantras batidos de sempre, como a balela da privatização. E os apoiadores da iniciativa focaram mais nas dificuldades administrativas que a máquina pública inchada, gigantesca, perdulária e não raras vezes, corrupta, impõe aos gestores públicos. Ponto para o prefeito Gean Loureiro e os deputados que o respaldaram nessa.
FRASE
“O prefeito quer resolver a situação, o sonho acabou, quem acha que o Estado tem de dar 100% está errado. Essa UPA foi repassada para o Estado, devolvi porque era atenção básica”. Deputado Vicente Caropreso, ex-secretário de Estado da Saúde, sobre a aprovação do projeto de lei que permite à Prefeitura da Capital contratar Organizações Sociais para administrar unidades de saúde e creches em Florianópolis.
É golpe
Os golpistas do STF, Dias Toffoli (ex-advogado de Zé Dirceu, de Lula e do PT), Ricardo Lewandosky e Gilmar Mendes abriram a brecha para esvaziar a Lava Jato, soltar corruptos condenados e fazer o Brasil voltar a ter o status quo da impunidade. Fizeram isso ao decidir que parte das delações da Odebrecht relativas aos processos sobre o Sítio de Atiabaia e do terreno do Instituto Lula saiam das mãos do juiz Sérgio Moro e vão para a Justiça Federal de São Paulo.
Sustentação
O trio de golpistas deu o argumento para emborcar a Lava Jato. Alegaram que não ficou demonstrado que a verba utilizada pela empreiteira no custeio dos confortos de Lula veio do assalto à Petrobras.
Contragolpe
Os golpistas do STF estão dando mais munição a quem defende a intervenção militar como única forma de tirar o país da lama em que o PT, aliado ao MDB, enfiou o país.