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Locaute ou nocaute?

Uma nova palavrinha, ainda desconhecida do grande público, entrou no dia-a-dia das autoridades engolfadas pela paralisação dos caminhoneiros. É o locaute. Proibida por lei, a prática deste verbete pode ser traduzida como greve dos patrões.

O Ministério da Segurança já entrou no circuito. Investiga-se se os donos das transportadoras foram à jugular dos funcionários, obrigando-os a aderir ao movimento que anestesia o país.

Os efeitos colaterais da anestesia ou do suposto locaute colocam a produção nacional,  a economia em geral e o equilíbrio social à beira de um nocaute.

Animais que sustentam o agronegócio já começaram a morrer, ameaçando nocautear, ainda, a sanidade do sistema, tão duramente conquista por Santa Catarina. O efeito cascata é a paralisia econômica, social (com os reflexos conhecidos no abastecimento), mas sobretudo nas perspectivas dos catarinenses e brasileiros em relação ao futuro.

Ou o governo embreta os articuladores do locaute ou a nação vai à lona, num trágico nocaute.

Em tempo: por si só, o anúncio de acordo entre a maioria dos representantes dos caminhoneiros e o governo federal, ontem à noite, ainda não surtiu efeitos na prática. Não adianta o governo simplesmente apostar no esvaziamento. Já ficou claro que a Associação Brasileira dos Caminhoneiros é quem pilota esse movimento.

É preciso negociar com seus líderes, que deixaram muito claro que estão com  fogo nas veias e sangue nos olhos. Sem essa percepção e sensibilidade por parte do Planalto, a paralisação seguirá adiante.  A liderança deste entidade reflete a absoluta indignação e volta do segmento, sinalizando que estariam dispostos a ir às últimas consequências para serem atendidos.

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