Uma nova palavrinha, ainda desconhecida do grande público, entrou no dia-a-dia das autoridades engolfadas pela paralisação dos caminhoneiros. É o locaute. Proibida por lei, a prática deste verbete pode ser traduzida como greve dos patrões.
O Ministério da Segurança já entrou no circuito. Investiga-se se os donos das transportadoras foram à jugular dos funcionários, obrigando-os a aderir ao movimento que anestesia o país.
Os efeitos colaterais da anestesia ou do suposto locaute colocam a produção nacional, a economia em geral e o equilíbrio social à beira de um nocaute.
Animais que sustentam o agronegócio já começaram a morrer, ameaçando nocautear, ainda, a sanidade do sistema, tão duramente conquista por Santa Catarina. O efeito cascata é a paralisia econômica, social (com os reflexos conhecidos no abastecimento), mas sobretudo nas perspectivas dos catarinenses e brasileiros em relação ao futuro.
Ou o governo embreta os articuladores do locaute ou a Nação vai à lona, num trágico nocaute.
Movimento prossegue
Em tempo: por si só, o anúncio de acordo entre a maioria dos representantes dos caminhoneiros e o governo federal, na quinta-feira à noite, ainda não surtiu efeitos na prática. Não adianta o governo simplesmente apostar no esvaziamento. Já ficou claro que a Associação Brasileira dos Caminhoneiros é quem pilota esse movimento.
Sangue nos olhos
É preciso negociar com seus líderes, que deixaram muito claro que estão com fogo nas veias e sangue nos olhos. Sem essa percepção e sensibilidade por parte do Planalto, a paralisação seguirá adiante. A liderança desta entidade reflete a absoluta indignação e revolta do segmento, sinalizando que estariam dispostos a ir às últimas consequências para serem atendidos.
Divisão familiar
A coluna teve acesso exclusivo ao texto abaixo. É um post de Paulo Bornhausen, que coordena politicamente o PSB em Santa Catarina. Foi enviado em um grupo do partido. O filho de Jorge Bornhausen deixa muito claro que ele e o pai estão em lados diferentes, neste momento, quando o assunto é a eleição majoritária estadual.
Lealdade
“Aproveito esse post para reafirmar minha posição de respeito e lealdade à posição assumida pelo nosso partido no acordo firmado com o parceiro PSD e os outros partidos que, juntos, almejam a montagem de uma coligação de partidos que possam representar os bons anseios dos catarinenses e que é liderada pelo deputado Gelson Merísio, nosso pré-candidato a governador, que lidera nosso time. Se outros partidos, como o PSDB, quiserem compor conosco, serão bem vindos desde que não venham com imposições de nomes e lugar na chapa”.
Direito
Segue o herdeiro do clã “O senador JKB (Jorge Konder Bornhausen) não é filiado a nenhum partido político e tem o direito legítimo como cidadão, com sua vida pública exemplar e espírito público elevado, em manifestar as suas preferências e lutar para que as mesmas se concretizem. Da minha parte, tenho total liberdade e consciência tranquila para assumir minhas posições e preferências. Ambos temos um objetivo comum: ver nosso estado nas mãos de pessoas capazes e que honrem a arte da boa política. E lá estaremos juntos ao fim da jornada. Para o bem de SC”.