Catarinense, nascido em Tubarão, aposentado neste ano após 35 anos de magistratura, o desembargador Lédio Rosa de Andrade, pré-candidato do Partido dos Trabalhadores ao Senado, afirmou que sua prioridade em Santa Catarina é lutar pela ética e pela Justiça. “Escolhi o PT porque ele reflete nas suas propostas, entre os partidos que estão postos atualmente, minha ideologia e minha visão de sociedade”, disse, ao comentar sua filiação ao partido em 24 de março, dia em que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva discursou em Florianópolis, por ocasião da passagem da Caravana Lula.
Lédio é dono de uma trajetória de lutas junto aos partidos de esquerda, desde a época de política estudantil, quando foi presidente do DCE, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no período de 80/81 e presidente da União Catarinense de Estudantes (UCE), quando de sua reconstrução ainda sob a Ditadura Militar.
Em 2017, transformou-se em um dos principais defensores do ex-reitor da UFSC, Luis Carlos Cancellier de Olivo, que se suicidou após arbitrária e violenta prisão conduzida pela Polícia Federal, durante a Operação Ouvidos Mucos. Relatou a gravidade do que ocorreu com Cancellier, seu amigo de infância, exigindo rigorosa investigação dos responsáveis pela tragédia.
Filho de mãe professora e vítima de paralisia infantil (poliomelite) quando tinha apenas um ano e sete meses, acumulou uma respeitável carreira no Judiciário, tornando-se, na década de 80, aos 23 anos, o juiz mais jovem do Brasil. Entre 2007 e 2018, ocupou a cadeira de desembargador no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). Desde 2009, Lédio é professor concursado de Direito da UFSC, mas também foi professor da Fundação de Ensino do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), Unoesc, Unisul e Unesc.
Além do Direito, graduou-se em Psicologia na Unisul e fez doutorado em Psicologia Clínica e da Saúde na Faculdade de Psicologia da Universidade de Barcelona (Espanha). Foi também professor de Práticas Desportivas da UFSC na modalidade xadrez e venceu duas vezes o campeonato juvenil de xadrez de SC (em 1975e 1976). Fez várias especializações, mestrado na UFSC, doutorado e pós-doutorado em Direito no Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais, na Universidade de Barcelona.
É autor de 19 livros, entre eles, E quando o juiz é (in)justo?, publicado em 2017 pela Editora EModara. Foi também o coordenador do projeto “Lar Legal”, iniciativa do Judiciário de Santa Catarina que promove a regularização fundiária de lotes populares em áreas de ocupação com situação consolidada. O programa já beneficiou mais de seis mil famílias de baixa renda nos últimos dois anos no Estado e outras 15 mil receberão os títulos de propriedade em breve.