O deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (14) para chamar a atenção das autoridades em relação as dificuldades que passam os produtores de maça da serra catarinense. O parlamentar esteve em São Joaquim na semana passada e presenciou o drama de muitas famílias que vivem do cultivo da fruta.
“Se prosseguirem essas dificuldades, sem algumas correções necessárias e inadiáveis, levarão a sua principal atividade econômica ao irremediável colapso, em função da estrutura, hoje consolidada, da produção e comercialização das melhores maçãs produzidas em nosso País”, alertou o deputado.
Segundo ele, há cerca de 2.250 pequenos e médios produtores de maça, e o setor assegura pleno emprego aos trabalhadores locais e ainda utiliza mão de obra sazonal de várias partes do País, principalmente, do Nordeste.
“Ao longo do tempo, formou-se um inflexível sistema de produção e comercialização da maçã extremamente perverso, em que poucas grandes e médias empresas escravizam, essa é a palavra, mais de dois milhares de pequenos produtores de maçã. A situação configura-se, após a última safra, tão dramática que há produtores sem condições de dar continuidade às suas atividades e outros não poderão, sequer, manter seus pomares aptos à obtenção de frutos de qualidade comercial”, afirmou.
Minotto explicou que a produção da maçã na região serrana representa, nos locais onde ela prevalece, 70% do produto bruto. “Os produtores, salvo raras exceções, valem-se de adiantamentos dos compradores, armazenadores e comerciantes da maçã produzida. Estes, por sua vez, são poucos e funcionam de maneira cartelizada. Compram a produção, armazenam-na e só depois fixam, unilateralmente, o preço a ser pago ao produtor”, coloca.
Entre as medidas de emergência para a salvação do setor, estaria à flexibilização e oferta de financiamentos para sanear passivos e custear a produção, sem deixar de lado a criação de novos mecanismos de estabelecimento de preços através de entendimento entre produtores e comerciantes, de moldes a que cada parte tenha a remuneração justa para as respectivas atividades.
“Que a Assembleia Legislativa possa intermediar essa importante discussão, colocando à mesa os entes interessados e contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do nosso Estado”, finaliza.