O ano era 1982, eu tinha oito anos, a bola rolava na Copa do Mundo na Espanha quando te conheci. Além do futebol, você gostava de muitos esportes, entre eles o xadrez, que aprendi contigo. Cheguei a ganhar medalhas e troféus, mas nunca te venci em uma partida sequer.
Tenho claro na memória o dia em que cheguei ao colégio La Salle e te vi em cima de uma escada, parafusando uma caixa de som… Nessa época já namoravas a Márcia, minha irmã, hoje tua esposa, mas só naquele dia descobri que eras o presidente do grêmio estudantil. Começava ali, por vocação, tua ligação com a política positiva e construtiva.
Teu pai, o falecido seu Orestes, sempre dizia com aquela voz forte de italiano: “o piá vai ser governador!”. Dona Maria, tua mãe também já falecida, alemã, muito cuidadosa nas palavras, te aconselhava a ser prudente. Essa herança do pragmatismo e da prudência do alemão com a ousada coragem fraterna do italiano fez de ti essa mistura de força, palavra e coração.
Minha mãe, Adiles, guardava uma foto tua na Bíblia e também dizia que serias governador. No dia em que ela recebeu a notícia de que estava com câncer, você chegou à nossa casa sorrindo, já sabia do diagnóstico, e perguntou se a mãe estava com pressa em bater as botas. Brincou com o nosso pior pesadelo e assim nos deixou a todos mais tranquilos.
Seu modo de tranquilizar as pessoas é dizer-lhes a verdade, é fazê-las enfrentar a realidade, sem fantasias, sem enganos ou dissimulações. Você sempre foi direto e desse modo resolveu muitos problemas que pareciam sem solução.
Seguramente por isso, todas as decisões importantes dos governos de LHS e Colombo, dos quais participei, tiveram tua definitiva interferência, nos dando a coragem quando ela nos faltou.
Agora, em época de eleição, os candidatos caçam votos, beijam crianças. Um oportunismo que não te cabe. Desde sempre você cuida das crianças com verdadeira adoração paternal, sejam seus filhos, sobrinhos, filhos de amigos e de desconhecidos. Seguramente você já foi o responsável por muitas adoções. Pelo exemplo, você tem o dom de comprometer com o amor o coração das pessoas.
Isso não significa que você seja uma pessoa fácil. Não é mesmo. Quando você tem razão, sai da frente! Você não desiste, você luta, você não tem medo.
Na política, onde sobram pessoas dissimuladas, você não consegue fazer de conta. E é incrível como não conseguem te parar. Dia desses, um jornalista me disse: “Merisio é igual aqueles bonecos joão-bobo, que quando você bate, ele volta com mais força”. Mas de bobo não tens nada. Essa tua resiliência é a dádiva que te trouxe até este momento.
Possivelmente a vida te levará a momentos maiores e mais complexos. E, por Deus, não tenho medo por você. Sei que enfrentarás todos os desafios. Por isso não apenas declaro meu voto em Merisio governador, mas peço a quem for, sem ressalvas, que acredite no teu projeto. Não somente pelas tuas propostas, pela tua firmeza e pela tua capacidade. Mas, principalmente, pelo teu caráter.
Em “Amizade Sincera”, Renato Teixeira canta: “A amizade sincera é um santo remédio, é um abrigo seguro, é natural da amizade: o abraço, o aperto de mão, o sorriso. Por isso, se for preciso, conte comigo”.
Por Antonio Gavazzoni