Blog do Prisco
Coluna do dia

Número virtual

No comparativo com o Ibope, cujos dados foram pesquisados três dias antes desta pesquisa do Datafolha, os números são muito parecidos. O Ibope mostrou Lula da Silva com 37%. Já o Datafolha aponta o ex-presidente, preso por corrupção e lavagem de dinheiro, com 39%. Tudo dentro da margem de erro das duas pesquisas.

No cenário sem o petista,  Marina Silva dobra seu percentual  de 8% para 16%; Ciro Gomes também dobra de tamanho, mas de 5% para 10%, enquanto Jair Bolsonaro sobe quatro pontos percentuais e Geraldo Alckmin agrega dois pontos a mais. Ainda com Lula da Silva fora do páreo, que é o quadro da vida real, candidatos que não apareciam na preferência do eleitorado, como Guilherme Boulos, começam a pontuar.

Lula da Silva realmente é fenômeno. Quanto mais tempo ele passa na prisão, mais cresce nas pesquisas. O que revela que boa parte da população não concorda com a prisão dele. Por desconhecimento, por fanatismo ou por entender que não havia provas para a condenação do guru do petismo. Essa última é a opção mais remota, porque a maioria do eleitorado dele é formado por pessoas de menor instrução.

 

Em Criciúma

Pesquisa do IPC, em Criciúma, traz alguns dados interessantes e até intrigantes. Assim como o Ibope estadual, divulgado nesta semana, o IPC aponta o petista Décio Lima na liderança da pesquisa. Ele tem 13,28% das intenções de votos. Índice que é praticamente a soma dos candidatos das duas grandes coligações. Mauro Mariani (MDB) aparece com 8,64%. Gelson Merisio (PSD) tem 6,40%. Na cidade sulista, Jair Bolsonaro lidera com folga, tendo o dobro de Lula da Silva. O líder do PSL surge com 34,24% e Lula da Silva é o preferido de 18,08%.

 

Realidade de momento

Os números para  o governo são um indicativo de que a pesquisa Ibope, contratada pelo Grupo NSC, a primeira depois do início da campanha eleitoral, não estava tão fora do contexto, apesar do mar de críticas que ela recebeu. O Ibope mostrou Décio Lima com 16%. Mariani e Merisio em patamares bem semelhantes ao do IPC  em Criciúma.

Também é muito curioso o fato de Bolsonaro estar tão distante de Lula da Silva e, na outra ponta, os eleitores de Criciúma colocarem justamente um petista, e amigo do ex-presidente, na liderança.

 

Memória distante

Importante lembrar que Criciúma, lá no começo dos anos 2000, já foi governada pelo PT, com Décio Góes. Na mesma época, o partido teve, simultaneamente, dois deputados estaduais e um federal. Nesta reta final da segunda década do Século 21, o PT de Criciúma sequer tem um vereador na Câmara. Virou uma sigla pequena. Os números de Décio podem ser atribuídos a seus próprios méritos.

 

Rejeição ao governismo

Também é possível conjecturar que o eleitorado sulista pode estar identificando Mauro Mariani, do MDB de Michel Temer, e Gelson Merisio, do PSD de Raimundo Colombo, como  candidatos governistas. Situação que parece gerar rejeição entre os criciumenses. Outro ponto importante é que 60% dos entrevistados ou está indeciso ou votará branco e nulo. O índice é altíssimo e pode, ainda, ter ligação direta com o fato de que a região Sul ficou de fora das três chapas majoritárias que largaram com melhores perspectivas eleitorais nesta campanha.

 

Comecinho

Evidentemente que o processo eleitoral está engatinhando. É muito embrionário ainda. Os candidatos só começam a pedir votos no rádio e na TV no dia 31 deste mês. Mas são dados que devem ser olhados com muita atenção pelas equipes de campanha.

 

Onda Bolsonaro

Outros dois pontos importantes a serem considerados no contexto da pesquisa IPC. O comandante Moisés, candidato ao governo pelo PSL, muito provavelmente embalado pela onda Bolsonaro em Criciúma e também pelo fato de ter fortíssima ligação com o Sul do Estado, aparece tecnicamente em empatado com Gelson Merisio na maior cidade sulista. Moisés tem 5,28% da preferência. Merisio, 6,40%.

 

Histórico de azarão

Em 1996, o mesmo Décio Lima, hoje candidato a governador que lidera as pesquisas em SC, era vereador, considerado azarão na eleição para prefeito de Blumenau. O então deputado Wilson Wan-Dall estava praticamente eleito. Na reta final, o petista surpreendeu e venceu o pleito!