Blog do Prisco
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HORA DE PREVENIR

A chuva intensa dos últimos dias e os alertas recorrentes da Defesa Civil trazem à tona uma vez mais a importância de se investir em prevenção e pesquisa climática em Santa Catarina.
Nosso Estado é o que está mais sujeito a desastres naturais, como provam ocorrências recentes, como a tragédia em Xanxerê e Ponte Serrada. Em razão dessa vulnerabilidade natural, é imprescindível que tomemos a frente em investimentos que possam inovar a maneira como lidamos com os fenômenos climáticos e as emergências.
Nessa linha, há alguns anos ajudei a formatar o Climesc, que seria um centro catarinense de referência mundial em meteorologia, pesquisa e prevenção de catástrofes. A iniciativa surgiu após as enchentes de 2008, quando fui presidente de uma comissão na Câmara dos Deputados que estudou e propôs ações de longo prazo para lidar com mudanças climáticas.
Ao planejarmos o Climesc, buscamos parcerias com Grã-Bretanha e Hong Kong, onde existem centros climáticos de excelência.
A ideia prosperou. Foi elaborado e remetido à Assembleia Legislativa um projeto de lei para a criação do centro, unindo pesquisadores, universidades, tecnologia de ponta e setores público e privado.
Porém, interesses corporativos não deixaram o projeto avançar, não chegando nem a ser votado.
Passados seis anos, o tornado de Xanxerê reforçou a necessidade de reavaliarmos como lidamos com o clima. É difícil encontrar um catarinense que não tenha sua própria dificuldade para contar. Eu, por exemplo, nasci durante uma enchente, em Blumenau. A convivência com bruscas variações do tempo está impregnada em nossa rotina.
Apesar disso, ainda dependemos de ações reativas, após consumado o desastre.
Precisamos incorporar o planejamento e a prevenção ao nosso dia a dia, à nossa cultura e, principalmente, às nossas políticas públicas.
Mesmo sendo difícil prever com grande antecedência o local exato de um tornado, países como os EUA já adotam protocolos e alertas quando se identificam as condições propícias à formação desse fenômeno.
Sem aumento expressivo de despesa, é possível investir em um órgão que seja referência mundial em climatologia e prevenção de desastres. Como centro de inteligência, o Climesc pode interligar as diversas fontes que estudam o clima, conectando-se à rede de países onde fenômenos climáticos acontecem até com mais frequência que em que SC.
É hora de retomar a ideia, mostrando que Santa Catarina sabe lidar com suas dificuldades, transformando-as em oportunidades e mais segurança para sua gente.

Paulo Bornhausen, Presidente estadual do PSB.

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