Como não poderia deixar de ser, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, está se articulando politicamente com vistas às eleições das duas Casas do Congresso Nacional, que terão novas mesas diretores em fevereiro do ano que vem.
Rodrigo Maia, atual comandante da Câmara dos Deputados, tem tudo para conquistar o respaldo do presidente que assumirá. Ele tem sido fiel na interlocução com o próprio Bolsonaro e é filiado ao DEM, mesmo partido do futuro chefe da Casa Civil e também deputado, Onyx Lorenzoni.
Quando o assunto é o Senado, as preocupações dos representantes da nova política aumentam. O presidente eleito não quer nem ouvir falar em Renan Calheiros. O notório alagoano se movimenta para chegar à presidência da Câmara Alta pela quinta vez. Outro político nordestino que se ensaia é Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará.
O problema é que o tucano cearense é muito ligado a Ciro Gomes (PDT), que disputou a presidência contra o próprio Bolsonaro. O presidente não tem qualquer compromisso com Jereissati.
Convivência
As apostas do futuro inquilino do Planalto recaem sobre o catarinense Esperidião Amin (PP). Os dois conviveram muito durante os últimos oito anos na Câmara. Sob pena de perder o bonde para Renan e Tasso, Amin entrou no circuito de cabeça e já se articula em Brasília. De forma reservada, nos bastidores. O senador eleito por Santa Catarina conquistou a confiança de Jair Bolsonaro, que mereceu seu apoio aqui no Estado desde o primeiro turno da campanha presidencial.
Tabu da tradição
A dificuldade histórica é a origem geográfica de Esperidião Amin. Sendo sulista, ele vai ter que trabalhar muito para anular a vantagem numérica dos senadores nordestinos.
Linha sucessória
A tradição no Senado reza que a região Nordeste, onde há o maior número de Estados, elege o presidente da Casa. Apesar disso, Bolsonaro fará de tudo para emplacar o amigo Amin no cargo, que é o quarto na linha sucessória federal!
Memória
Vale lembrar que da última vez que Renan Calheiros presidiu a Câmara Alta, ele disputou internamente com o falecido Luiz Henrique da Silveira, os dois emedebistas. Era o sonho de LHS, que não se concretizou. Agora o maior rival em vida de LHS pode chegar lá.
Internacional
O Presidente do Partido Social Liberal (PSL) de Santa Catarina, Lucas Esmeraldino, e o governador eleito, Carlos Moisés da Silva, mantiveram agenda de trabalho no domingo à tarde. Em Florianópolis, receberam o ministro Rubem Amaral, do Ministério das Relações Exteriores. Na oportunidade, o time de Bolsonaro buscou a elaboração de uma agenda internacional, mirando investimentos para o Estado.
Bastidores
Aos mais de 200 presentes no encontro estadual do PSL, sexta-feira à noite, em Águas Mornas, Carlos Moisés foi bem claro. No que depender dele, a reforma administrativa será votada ainda este ano na Assembleia Legislativa.
Resta saber como os deputados em fim de mandato e os eleitos desta legislatura vão se comportar diante do projeto, que promete modificações profundas na estrutura da máquina estadual.
