Já surtiu efeitos bem práticos a reunião recente, a portas fechadas, entre Júlio Garcia e Gelson Merisio. O primeiro foi oficializado, como candidato do PSD à presidência da Alesc. Antes dos dois líderes fumarem o cachimbo da paz, a bancada do partido estava dividida. A reunião desta terça-feira ocorreu no gabinete do deputado Milton Hóbus, que chegou a ensaiar candidatura visando ao posto mais importante da Assembleia Legislativa.
Nada de mais claro transpirou, ainda, do encontro envolvendo Merisio e Garcia ali atrás. Mas é possível prever que a unidade interna vai prevalecer tanto no contexto do comando do Legislativo Estadual como para a recondução de Gelson Merisio à presidência estadual do PSD.
Trocando em miúdos. Júlio Garcia recebe o apoio de Merisio para chegar novamente à presidência do Parlamento estadual. Como contrapartida, o deputado eleito respalda o correligionário, principalmente junto a Gilberto Kassab, o presidente nacional do PSD, para que Merisio siga na proa da legenda aqui no Estado.
Cargos federais
Presidente eleito, Jair Bolsonaro, recebeu comitiva catarinense em Brasília. O grupo foi liderado pelo governador eleito, Carlos Moisés, que cobrou presença de SC em cargos federais. O encontro também serviu como um quebra-gelo. O presidente e o governador são correligionários, mas ainda não tinham maiores interações em função das agendas eleitorais e pós-eleitorais.
Finanças
Carlos Moisés levou um raio-x da situação financeira do Estado ao presidente, apresentou pontos da reforma administrativa que vai implementar na máquina estadual e ouviu as considerações de Jair Bolsonaro. O foco total do sucessor de Michel Temer são as reformas estruturais, a começar pela Previdenciária.
Suporte da bancada
Neste contexto, foi estratégica a presença dos deputados federais eleitos pelo PSL Barriga-Verde, Caroline De Toni, Coronel Armando, Daniel Freitas e Fábio Schiochet no encontro. O presidente precisará de apoio parlamentar para aprovar as mudanças necessárias para o desenvolvimento do país.
Inocentados
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, arquivou, no dia 6 de dezembro, o inquérito que investigava supostos repasses irregulares da Odebrecht Ambiental à campanha do ex-prefeito Napoleão Bernardes (PSDB), em 2012.
Além de Napoleão, o senador Dalirio Beber (PSDB) havia sido citado na delação premiada de Paulo Welzel, diretor da empresa.
Recurso
A Procuradoria Regional Eleitoral entrou com Recurso Especial contestando a decisão do TRE que deferiu a candidatura de Ivana Lais, do PT, a deputada federal e contabilizou os votos dela, 491, para a legenda. A decisão do pleno da corte eleitoral, pelo placar apertado de 4 a 3, resultou na ascensão de Ana Paula Lima como eleita para uma das 16 cadeiras de SC na Câmara Federal. Ricardo Guidi, do PSD, que havia sido declarado eleito depois da apuração de 7 de outubro, passa à condição de suplente se a sentença do TRE for mantida. Todo o imbróglio gira em torno da falta de um documento que não foi apresentado por Laís dentro do prazo.
Contraponto
A defesa das petistas argumenta que todas as intimações dirigidas aos candidatos do partido que concorrem este ano foram por e-mail ou por WhattsApp. A Procuradoria avalia que a concorrente petista dos 491 votos foi intimada sobre a tal certidão via edital eletrônico.
Neste ponto o interlocutor petista diz que esta modalidade de intimação só é acessível por meio de advogado, dotado de uma senha para entrar no sistema. Ivana Laís, segundo a mesma fonte, não dispunha de um causídico. O entendimento da defesa é que ela teria sido lesada em seu direito de defesa, “o direito de ter entregue um mero documento,” acrescenta o defensor de Laís e Ana Paula.