Segue a guerra de bastidores pelo controle do MDB, que escolhe o seu novo diretório estadual em maio deste ano. Quem se apresentou esta semana como postulante é o ex-deputado Edinho Bez. Assim como ele, o senador Dário Berger e o próprio ex-governador e ex-presidente da legenda por 10 anos, Eduardo Moreira, também são pré-candidatos.
Mas na verdade, Edinho e Dário estão guardando posição para, na hora certa, abrirem mão em favor de Moreira. Manobra arquitetada para transparecer que o ex-governador surgiria como o concorrente de consenso nas hostes do MDB. Edinho é ligado a Moreira desde sempre e representa a região Sul assim como o próprio ex-goverandor. Já Dário e o ex-governador combinaram o seguinte jogo: o senador “abre mão” da presidência para ser indicado candidato a governador em 2022, com o próprio Moreira, pilotando a seção Barriga-Verde do MDB, concorrendo ao Senado.
Esse grupo representa a política tradicional. Todos estão há décadas na estrada. Quem encarna a renovação no Manda Brasa é o deputado federal diplomado, Carlos Chiodini, que continua em sua cruzada interna com vistas à presidência.
Volta ao passado
Se a velha guarda vencer e assumir o partido para pavimentar o projeto Dário-Moreira em 2022, tudo leva a crer que haverá uma grande debandada do MDB assim que se abrir a janela possibilitando a troca partidária aos que têm mandato.
Depois do tsunami eleitoral de 2018, é natural e necessária a reaglutinação partidária e de forças políticas. O quadro emedebista inclui-se neste contexto.
Tucanos também
Em relação à debandada, o mesmo vale para o PSDB. Se não deixarem Napoleão Bernardes assumir a proa da sigla, ele deve sair e muita gente baterá asas do ninho com ele.
Acordo ou engodo?
Considerando-se que Eduardo Moreira passou os últimos 20 anos sem disputar uma eleição na cabeça de chapa ou uma majoritária, optando sempre por ser vice, ou seja, coadjuvante, é difícil projetar sua candidatura ao governo ou ao Senado daqui a quatro anos. Sem condições eleitorais e políticas de tentar o governo, como ele estaria abrindo mão desta posição para Dário Berger?
Ingónita
Agora resta saber se Moreira e Dário vão mesmo arriscar candidaturas ao Senado e ao governo em 2022. Moreira, por tudo isso que já foi dito, por ter quase 70 anos e também pelas vulnerabilidades judiciais, como o caso Monreal. O prontuário judicial também pode ser um entrave para o atual senador emedebista. A conferir!
Dia D
Esta sexta-feira marca o dia D, literalmente, para o futuro do PSL de Santa Catarina. O vice-presidente nacional do partido, Antônio de Rueda, tinha chegada prevista para ontem à noite, em Florianópolis. Hoje de manhã ele deve sentar com os deputados federais que pedem a destituição da executiva formada pelo presidente estadual no fim do ano passado; e o próprio Lucas Esmeraldino, que está no epicentro da crise.
Pisando em ovos
O resultado das conversas é impossível de prever. Mas uma coisa é certa. Rueda precisará de muita habilidade para evitar que a situação se torne irreversível, trazendo prejuízos incalculáveis ao PSL-SC.