Está cada dia mais clara a arriscadíssima estratégia do Centro Administrativo após as declarações do secretário da Fazenda, Paulo Eli, e mais recentemente do próprio Moisés da Silva, afirmando que do jeito que está, haverá atraso na folha de pagamento dos servidores.
Um ponto crucial das falas é pressionar a Assembleia para que os deputados estaduais aprovem o fim de benefícios fiscais, pauta polêmica que tem dominado o cenário neste começo de legislatura. Na outra ponta, o governador já estaria mandando um recado claro a sindicatos de servidores. Se não há, segundo ele, recursos para pagar a folha, imagine para aumentos salariais das categorias! Este o ponto.
O contraponto político a Moisés foi assumido pelo presidente da Alesc, deputado Júlio Garcia. Depois do governador, ele é hoje a principal liderança do Estado. Em entrevista ontem de manhã, Garcia foi categórico: não acredita e chegou a afirmar que não haverá atraso nos pagamentos do funcionalismo. Certamente, o parlamentar tem informações sobre o quadro.
Alô, Centro Administrativo
Júlio Garcia também marcou posição em relação ao governador quando a pergunta foi sobre a base aliada, que hoje teria apenas os seis deputados do PSL: “o governo é novo mais o sistema é o mesmo”, referindo-se à tramitação de projetos na Assembleia. Outra do presidente do Legislativo: “A Casa vai aprovar o que é bom para Santa Catarina, vai modificar o que for preciso mudar e vai rejeitar o que tiver que ser rejeitado.” Para bom entendedor, é mais do que suficiente. O deputado se posiciona no tabuleiro estadual, olha para o futuro e sinaliza que está atuando em absoluta independência em relação ao Executivo.
Catarinense na CNI
A Operação Fantoche, desencadeada pela Polícia Federal na semana retrasada, levou à prisão o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. Ele foi solto no mesmo dia. Outros três presidentes de federações estaduais, de Pernambuco, de Alagoas e de Sergipe também foram parar atrás das grades. O quarteto teria envolvimento em transferências de recursos do Ministério do Turismo. Boladas que iriam a destinos duvidosos e depois irrigariam variadas contas bancárias, inclusive a dos quatro dirigentes empresariais.
É hoje
Nesta quinta-feira, em Brasília, presidentes de federações e os dirigentes da CNI se reúnem para tratar da sucessão de Andrade. A Justiça não permite que, mesmo em liberdade, ele reassuma o comando da entidade. Por motivos óbvios.
Um dos participantes da reunião da cúpula empresarial e nome em alta para suceder Robson Andradade é o catarinense Glauco José Côrte, que no final do ano passado entregou o comando da Fiesc a Mário Aguiar.
Tripé
Outros dois vices estão cotados para ascender à poderosa presidência da CNI. O paulista Paulo Skaf, desafeto de Robson Andrade; e o goiano Afonso Ferreira.
Favoritismo
Os favoritos, contudo, são o próprio Côrte e o representante de Goiás. Se o catarinense chegar lá, será uma conquista importante para Santa Catarina. O Estado passaria a ganhar uma interlocução nacional, tanto no contexto empresarial como no da
Administração Pública.
O próprio Moisés da Silva necessita de um algum ponto de abertura, de convergência nacional, que hoje não existe.
Autonomia do BC
O deputado federal Celso Maldaner prestigiou a apreciação do nome de Roberto Campos Neto ao cargo de presidente do Banco Central na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal. Após amplo debate, que tevê como ponto forte a importância do projeto de autonomia da instituição relatado por Maldaner em 2018 e defendido por Campos Neto.