Quadro de absoluta indefinição no processo sucessório interno do MDB catarinense. Deputado estadual Fernando Krelling, lançado por sete dos nove colegas de bancada na semana passada, tem tudo para bater em retirada. Farejou que sua pré-candidatura a prefeito de Joinville para suceder Udo Döhler ficaria comprometida ante o gigantesco desafio de reoxigenar a legenda já com vistas ao pleito municipal de 2020. O MDB hoje é um problema sério à espera de uma solução ainda não encontrada.
Outro deputado, o federal Celso Maldaner, é candidato dele mesmo. Não tem respaldo nas fileiras partidárias para se viabilizar. Suplente, o ex-deputado federal Edinho Bez também não tocou mais no assunto. Percebeu que a, exemplo de Maldaner, não conseguiria respaldo nas bases.
O senador Dário Berger, a seu turno, chegou a examinar seriamente a possibilidade de assumir o leme da desgovernada nau do MDB. Mas está preocupado. Chegando lá, ele voltaria com tudo à ribalta, podendo trazer também à tona a grande quantidade de ações a que responde na Justiça. Ainda mais em tempos de fôlego novo para a Lava Jato.
Perfil
Além do pepino que seria a reconstrução da legenda e a manutenção de praticamente 100 prefeituras hoje pilotadas pela sigla. Some-se a isso tudo o fato de Dário Berger não ter, e nunca teve, vida longa em qualquer legenda pelas quais passou. Ele também jamais construiu partido. Não tem perfil. Deve ficar de fora, portanto.
Além-mar
Do exterior, onde passa um longo período de férias, Eduardo Moreira já avisou que não concorrerá novamente. E nem poderia. Ele comandou o MDB-SC por 10 anos. Era governador no ano passado e é um dos grandes responsáveis pelo desastre emedebista nas urnas. Seu retorno significaria a pá-de-cal na grandeza histórica do partido.
Convergência
Neste contexto, o quadro pode convergir para o nome do deputado federal Carlos Chiodini. Ele foi o mais votado do partido, suplantando os outros dois que renovaram o mandato. O próprio Celso Maldaner e Rogério Peninha Mendonça.
Chiodini encarna a renovação, tem excelente trânsito com Mauro Mariani e circula muito bem em praticamente todas as frentes emedebistas. É o nome natural para a eleição de maio.
Derrapada
O MDB está acéfalo. Por um erro grave de Mauro Mariani. Ele demonstrou sensibilidade ao anunciar que não disputaria mandato eletivo novamente depois do primeiro turno de 2018. Muito bem. Mas não deveria, sob nenhuma hipótese, ter simplesmente abandonado o partido como fez, apesar de ser compreensível que ele tenha ficado enfraquecido após a abertura das urnas e a descoberta de que não disputaria o segundo turno. O que só reforça a necessidade de uma solução de consenso no MDB-SC. Sobretudo depois da prisão de Michel Temer.
Mudança
A deputada federal Carmen Zanotto, principal liderança do PPS em Santa Catarina, comunica que seu Partido aprovou, em Congresso Extraordinário, a alteração do nome, passando a se chamar Cidadania. Diversos movimentos sociais estão integrados como Agora, Livres, Acredito, Renova, RAPS e outros.
Mesma orientação
De acordo com deputada Carmen, essa nova formatação partidária reafirma seus compromissos com a cidadania, a liberdade, o humanismo, a diversidade, o meio ambiente, o estado democrático de direito e os princípios republicanos.
O Cidadania conta hoje com bancada de oito deputados federais e três senadores. O nome é novo. Os líderes e diretrizes, contudo, permanecem praticamente os mesmos.