O ocaso da ex-sindicalista
Ideli Salvatti, paulista de nascimento, estabeleceu-se em Joinville em meados da década de 1970, quando Pedro Ivo Campos era prefeito. Veio com o marido, Eurides Mescolotto. Professora de profissão, ela tinha ligações com Lula da Silva e alistou-se no partido criado pelo ex-metalúrgico. Assim como o marido que, em 1982, foi o primeiro candidato do PT ao governo catarinense. Em seguida, Ideli envolveu-se com o sindicato dos professores (tendo presidido o Sinte), onde ganhou visibilidade e chegou à Alesc. Ficou conhecida como uma deputada combativa. Em 2002, num salto improvável, conquistou uma cadeira no Senado. Em 2010, candidatou-se ao governo e foi derrotada, mas como manteve fidelidade canina ao seu grande líder, Lula, durante toda a trajetória – ela chegou a ser líder do governo e do PT no Senado -, a companheira não ficou ao relento. Ocupou, sem muito destaque, três ministérios na gestão Dilma. Desalojada pelo gaúcho Pepe Vargas em abril de 2015, ela usou da velha máxima de que bom cabrito não berra e foi novamente recompensada: será assessora especial do novo presidente da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. Vai para Washington.
Distanciamento
Bom para a pessoa de Ideli Salvatti ocupar o cargo no exterior, mas como estratégia política, deve significar o fim de sua carreira no contexto dos mandatos públicos. Ela já está na casa dos 60 anos e se ficar mais de dois anos no exterior, estará completamente afastada e desligada da vida partidária e política.
Limitação de idade
Mesmo que queira voltar ao universo dos votos, Ideli levará anos até se entrosar novamente a ponto de ter chances de voltar, por exemplo, à Alesc. Isso tudo considerando também o desgaste brutal que ela sofreu ao defender Lula da Silva e companhia durante os oito anos do governo dele. Soma-se a isso a imagem do PT, atualmente associada à corrupção. Ou seja, tudo indica que a ex-senadora está partindo para a aposentadoria.
Eleição no PSDB
Como Dalírio Beber não aceitou ser o tertius tucano e o outro senador, Paulo Bauer, nem sequer cogitou dividir o mandato com Marcos Vieira, teremos disputa no ninho tucano neste sábado, 13. Significa que está consolidada a divisão da legenda entre o grupo de Bauer e o de Vieira.
Geografia
Evidentemente que pelo fato de ser o atual presidente, senador e ter feito mais de 1,1 milhão de votos em 2014, Paulo Bauer é apontado como favorito. Mas interlocutores de Marcos Vieira avaliam que o deputado está muito forte no Oeste, no Planalto e no Vale do Itajaí. Já Bauer tem predominância em Joinville, Jaraguá e boa parte de Criciúma.
Divisor
Aliás, há quem aposte que a corrida pela presidência tucana vai ser decidida pelos votos de Criciúma. Ali, o ex-prefeito Clésio Salvaro e o ex-deputado Doia Guglielmi estão se digladiando. O primeiro pede votos para Paulo Bauer. O segundo apoia Vieira. A disputa também tem caráter local. Quem vencer na maior cidade sulista se credencia para disputar a prefeitura no ano que vem. Isso se Salvaro estiver liberado pela Justiça Eleitoral.
Socorro
Bancada federal de Santa Catarina garantiu que os 118 hospitais filantrópicos do Estado – que estão com os caixas pela hora da morte – terão R$ 60 milhões em emendas parlamentares no Orçamento do ano que vem.
Lar, doce lar
Desembargador Lédio Rosa de Andrade, idealizador do Programa Lar Legal, esteve em Mafra esta semana. No encontro com os prefeitos do Planalto Norte, o magistrado explicou aos gestores o funcionamento do programa. Também mostrou os caminhos que podem ser seguidos para que as comunidades carentes recebam os títulos das propriedades. O Projeto Lar Legal foi constituído para assegurar às famílias carentes a obtenção dos títulos de propriedade dos terrenos irregularmente ocupados.