interstício de uma semana, Jair Bolsonaro levou ao cadafalso e passou a lâmina no pescoço de quatro generais que ele havia convocado para a difícil, dificílima, missão de mudar o Brasil.
Os fardados aceitaram a missão e se entrincheiraram no Planalto, resistindo, na maior parte das vezes, às investidas de gente acostumada à generosidade de Brasília, como deputados e senadores do chamado Centrão.
O mais recente verde oliva a perder a estrela com o presidente foi Santo Cruz, renomado e amigo de Bolsonaro há mais de três décadas. Trata-se de um militar que não almeja cargos nem poder político. Foi à esplanada com um único objetivo: auxiliar o ex-companheiro de farda a colocar o trem desgovernado de volta aos trilhos.
Mas não encontrou o respaldo necessário e também não respaldou a falta de foco do chefe do executivo. Acabou defenestrado.
Dignidade
Altivo e ciente do que é dignidade, Santos Cruz não aceitou o rebaixamento de ser realocado para a presidência dos Correios, de onde foi desalojado outro militar, Juarez Cunha. A degola deste, contudo, se justifica, pois ele se manifestou publicamente contrário à privatização dos Correios, mudança da qual o presidente não abre mão. Ressalte-se que a empresa, outrora menina dos olhos tupiniquim, foi saqueada, aparelhada e hoje nem de longe lembra o portento de eficiência que já foi.
Tiroteio
Nessa ciranda de guerra, onde Bolsonaro aciona a metralhadora giratória na direção de seu subordinados, também já não se vê mais o general Floriano Peixoto à frente da Secretaria de Governo da Presidência.
Rebaixamento
Menos perspicaz do que o colega Santos Cruz, Peixoto aceitou o cargo nos Correios, que em breve devem deixar de ser uma companhia pública. Ou seja, um prêmio de consolação ao militar que estava na antessala do presidente. Isso se ele aguentar até o fim do processo de privatização.
Insegurança
Nada impede que Floriano Peixoto tenha destino semelhante a outro general, Franklimberg Ribeiro de Freitas, exonerado do comando da Funai a pedido da bancada ruralista. Como diria Raul Seixas, “é muita estrela para pouca constelação.”