Blog do Prisco
Coluna do dia

No olho do furacão

O advogado catarinense Marco Vinicius Pereira, natural de Taió (Alto Vale do Itajaí), é o novo presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos políticos. Antes de ser guindado ao olho do furacão da vez na política nacional, em função das declarações de Jair Bolsonaro, ele atuava na assessoria da Ministra Damares Alves (da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos).

Até então desconhecido, Pereira compôs a chapa ao Senado liderada por Lucas Esmeraldino no ano passado. Era o segundo suplente. Trata-se de um filiado ao PSL, portanto.

A questão toda é que a troca no comando da comissão ocorre num contexto de intenso litígio. O presidente da República disparou pesado, de maneira cruel, na direção do Conselho Federal da OAB. Bolsonaro afirmou que o pai do causídico foi morto pelos próprios companheiros de esquerda durante a ditadura militar. O próprio Exército confirmou que ele foi morto pelo regime.

 

Menos, Jair

Esse tipo de declaração é absolutamente desnecessária. Sobretudo porque partiu do presidente. O fato de o dirigente da OAB ser ligado ou simpático ao PT não vem ao caso. Por ora, Bolsonaro só conseguiu a proeza de reunificar a OAB contra ele. A interpelação à qual responderá foi subscrita por 11 antecessores e o atual comandante da Ordem.

 

Menos incentivos

O consumidor catarinense pode preparar o bolso. Sem maiores delongas, o governo do Estado passou a cobrar, ontem, mais ICMS sobre setores como varejo e a agroindústria, especialmente a nova alíquota de tributação sobre agrotóxicos, que salta de 0% para 17%. A revolta é grande entre empresários dos segmentos atingidos. Não só pela majoração tributária, mas especialmente porque o Centro Administrativo comprometeu-se a negociar e simplesmente não está cumprindo o que prometeu.

 

Reação

O aumento de ICMS, sem conversa ou melhores discussões, já gerou reações na Assembleia Legislativa. O deputado Milton Hobus apresentou emenda para vetar o aumento nas alíquotas. Só que a proposta precisa de aprovação. E até lá, vale o que entrou em vigor ontem, ou seja, ICMS mais alto para alguns setores.

 

Revolta

“A decisão de aumentar a tributação sobre insumos agrícolas terá um efeito devastador na sociedade catarinense. É uma decisão errada e injusta. É uma punhalada nas costas de quem produz, atingindo não só o produtor rural, como também a agroindústria. O governo esquece que o agronegócio sempre foi a locomotiva da economia catarinense.” A manifestação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) José Zeferino Pedrozo.

 

Morre ex-ministro

Morreu, na manhã desta terça-feira, o ex-ministro Mário César Flores. Natural de Itajaí, foi almirante de esquadra, ministro da Marinha no governo de Fernando Collor de Mello, de 15 de março de 1990 a 8 de outubro de 1992. Após a renúncia de Collor, em outubro de 1992, Flores deixou a pasta, mas foi o único integrante da equipe do primeiro escalão do presidente afastado convidado a permanecer no novo governo, assumindo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). O falecido era pai do ex-secretário de estado da Administração, Murilo Flores, que mora em Florianópolis.