Blog do Prisco
Manchete

Calor amazônico no PSL-SC

Quando se imaginava que as tensões dentro do PSL catarinense, notadamente envolvendo o governador e os deputados Jessé Lopes e Ana Campagnolo, já estariam sendo amenizadas a partir da entrada dos bombeiros (sem trocadilho) em campo, as queimadas na Amazônia forneceram combustível para reacender as labaredas. Em temperaturas elevadas.

No sábado, Moisés da Silva esteve com outros seis governadores do Sul e Sudeste. Sob a batuta do presidenciável João Dória (chefe do Executivo paulista que já se movimenta como contraponto a Jair Bolsoanro), os sete mandatários se reuniram em Vitória, Capital do Espírito Santo. Uma das ações do grupo, chamado de Cosud, foi emprestar apoio aos colegas governadores da região amazônica.

Logo depois da agenda do Cosud, a assessoria do catarinense levou à tribuna das redes sociais um post – com bonita arte – no qual o governador de SC se alinha aos bravos “combatentes” que adotam o discurso de preservação da Amazônia a qualquer custo. Moisés da Silva foi além. Anunciou que já há uma força-tarefa da PMSC e do Corpo de Bombeiros à disposição para ajudar na região amazônica, onde nesta época, tradicionalmente se registram focos de incêndio.

Reação

Jessé Lopes também foi às redes sociais para se contrapor ao post de Moisés da Silva. Em uma postagem intitulada de “GOL CONTRA”, o deputado dispara contra o posicionamento público do governador sobre as chamas – reais, políticas e ideológicas – na Amazônia. Segundo Jesse, Moisés praticamente “endossa a narrativa esquerdista, fortalecendo os protestos Lula Livre disfarçados de ‘defesa pela Amazônia’, que deverão acontecer nos próximos dias.” Haja bombeiros políticos num ambiente desses.

Dinossauro

Ana Carolina Campagnolo não se dirigiu diretamente ao governador como fez Jessé Lopes. Ela fez um post irônico sobre a situação amazônica e o presidente Bolsonaro. “Depois de tocar fogo na Amazônia, Bolsonaro tira foto com dinossauro morto,” se pode ler na arte, que tem uma montagem do presidente sentado em frente ao dinossauro morto. Direta ou indiretamente, os dois deputados, que até segunda ordem são desafetos de Moisés, têm posições diametralmente opostas das do governador. Nesta celeuma amazônica e em outras questões.

Barril de pólvora

Atentos observadores da cena política estadual não perderam a piada. Estão dizendo que há alas tão incendiárias no PSL de Santa Catarina, que basta uma faísca na Amazônia para o barril de pólvora pesselista explodir em território catarinense, que dista uns 5 mil quilômetros da crise amazônica.

foto>Ueslei Marcelino, Reuters