Blog do Prisco
Coluna do dia

Política nova, velhos problemas

O dia 17 de outubro de 2019, mais de um ano depois das eleições gerais de 2018, marca um momento no extremo inverso da história recente. Justamente o 17, que simbolizou a onda Bolsonaro e fez estremecer a política nacional. Além de todo o imbróglio envolvendo o Presidente da República, seus filhos e o comando do partido, com áudios vazados, xingamentos, afastamentos e um racha brutal; foi nesta data também que o deputado estadual Sargento Lima anunciou que está deixando a base do governo Moisés da Silva em Santa Catarina.

Informalmente, outros deputados estaduais estão completamente sem interlocução junto ao governo e sinalizam que querem distância do Centro Administrativo. Emblemática a manifestação do parlamentar estadual. Ele gravou um vídeo, em frente ao Centro Administrativo, onde literalmente chuta o balde para cima do governo, especialmente citando o secretário da Casa Civil, Douglas Borba, a quem o deputado chama de “vereador de Biguaçu”.

Na manifestação oficial do deputado, pode-se ler que “na sexta-feira passada, dia 11, estive na Casa D’Agronômica e fui recebido pelo governador Carlos Moisés, que deu sinal verde para a negociação e anunciou que haveria uma reunião, nesta quinta-feira (17), junto com a direção da associação dos praças e os secretários da Fazenda, Paulo Eli, da Casa Civil, Douglas Borba, e da Administração, Luiz Dacol.

De segunda-feira (14) até a manhã desta quinta, o meu gabinete fez contato com as secretarias para acertar o horário do encontro anunciado pelo governador. Em resposta, ouviu que estavam sabendo do assunto pela imprensa,…” Com um governo aliado assim, quem precisa de inimigo?

Novo vocabulário

O advento do movimento direitista que venceu as eleições do ano passado trouxe alguns termos que agora se tornaram usuais: nova política, mito, combate à corrupção, é 17, e por aí vai. Também já se pode adicionar a este novo léxico o termo “crise”, algo que parece indissociável no dia a dia dos eleitos pelo PSL. Em Brasília e em Santa Catarina.

Mandatos

O TRE decidiu, por unanimidade, a favor da manutenção do mandato do deputado Bruno Souza (sem partido) no processo em que o PSB e o suplente Clailton Salvaro pediam a cassação do parlamentar por infidelidade partidária. A corte teve entendimento semelhante para outro deputado estadual, Nazareno Martins. Ou seja, os dois estão fora do PSB e não perdem os mandatos.

Justa causa

O juiz relator do caso, desembargador Jaime Ramos, reconheceu a alegação da defesa de Bruno Souza de que houve justa causa para saída do deputado estadual do partido. Ficou reconhecida a liberação do parlamentar para sair do partido sem perda de mandato devido à carta de liberação expedida pela então executiva estadual do partido em Santa Catarina.

Definhando

Desde a saída do grupo de Paulo Bornhausen do comando, o PSB-SC só faz minguar. O terceiro deputado estadual eleito pela legenda no ano passado, Láercio Schuster, já sinalizou que quer desembarcar. Deve buscar a saída pela via judicial, assim como já está fazendo o único federal da legenda, Rodrigo Coelho.

FRASE

“Depois desta irreparável perda, e há menos de um ano para a próxima corrida eleitoral, o PSDB precisa, acima de tudo, fortalecer as suas bases, organizar o partido para termos bons nomes tucanos na majoritária, assim como na nominata dos municípios.” Deputada Geovania de Sá, durante a primeira reunião como presidente do PSDB estadual, sinalizando que deseja permanecer na proa da legenda