O ex-governador Raimundo Colombo considera que o Brasil ainda vive um momento conturbado, com muitas questões a serem resolvidas e que a maior revolução já realizada no país foi nas eleições do ano passado. “Nós nunca tivemos um movimento popular maciço como em 2018”, destacou o atual coordenador nacional de estudos políticos da Fundação Espaço Democrático ao participar do encontro do PSD na sede da CDL de Lages, na noite de sexta-feira (25).
Colombo lembrou que não é um fenômeno brasileiro apenas, porque está acontecendo no Chile, Equador, Bolívia, na Inglaterra e na Espanha, que nos últimos quatro anos realizou cinco eleições. “Nós temos um fenômeno de globalização, que teve um impacto grande na vida de todos e concentrou a renda com a vinda da tecnologia”, ressaltou, ao revelar que uma pesquisa internacional mostra que em 27 países as pessoas estão descontentes com o modelo econômico. “As pessoas mais ricas ficaram ainda mais ricas e os pobres, ainda mais pobres”.
Agora, segundo Colombo, as pessoas passaram a cobrar de quem elas elegeram e está ocorrendo uma mudança ainda mais importante, porque elas estão começando a combater o sistema. “As pessoas já perceberam que houve alternância de poder, que trocaram as pessoas, partidos e ideologias e as coisas não estão acontecendo como elas gostariam. Isto é muito grave, porque coloca tudo em risco”, observou o ex-governador.
O ato, que lotou o auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas, contou com as presenças dos deputados Milton Hobus, presidente da Executiva Estadual do PSD, e Júlio Garcia, presidente da Assembleia Legislativa, além do prefeito de Lages, Antônio Ceron, e de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e outras lideranças de 17 municípios da Serra Catarinense.
Raimundo Colombo alertou que é preciso aprofundar qual o tipo de mensagem que o PSD pode construir para esse momento de desafio. “A eleição de 2020, pelo que tenho visto, não será em favor de um número. As pessoas não querem mais isso, porque elas perceberam que o resultado não veio”, afirmou o ex-governador. “Essa nova política de nova não tem nada. As pessoas querem aprofundar essa questão de forma mais clara, porque elas se sentem exploradas em um sistema que não dá respostas”.
Para o ex-governador, este é o grande momento para afirmarmos a democracia, porque sem liberdade não há felicidade, não há a realização de ninguém e não há avanço para a sociedade como um todo.
Colombo destacou, ainda, que estamos vivendo um momento histórico e salientou que não é a hora de cruzar os braços e de ir para casa. “Não é a hora de se intimidar aos ataques falsos, vergonhosos e criminosos que são feitos por adversários pelas redes sociais e até por instituições, que de forma irresponsável, atacam sem provas. A criminalização da política é uma das razões de estarmos no fundo do poço”. Segundo Colombo, este é o momento de reconstruir, reerguer e ajudar o povo a ter voz novamente. “Nós não precisamos de um líder no Brasil, precisamos de um líder em cada bairro, em cada família e em cada cidade para que a gente possa fazer essa transformação”. Observou que o PSD busca líderes que abram portas, que busquem mais filiados e que tragam as pessoas para serem candidatas em 2020. Para Colombo, “os candidatos do PSD devem ser a voz de quem não tem voz, a vez de quem não tem oportunidade e devolver a esperança para quem não acredita mais em tudo o que está acontecendo”.
Crédito Claudio Thomas