De novo, novamente, outra vez houve postagem polêmica nas redes sociais do presidente. Como já virou costume, depois da repercussão negativa, o post foi apagado, seguido das desculpas de Jair Bolsonaro. Neste começo de semana, no entanto, o tom subiu além da esfera de parcela significativa dos “rasonautas”.
O vídeo no qual o presidente era personalizado por um leão cercado de hienas; sendo estas representadas por várias instituições (OAB, CNBB, STF, etc) e partidos políticos (inclusive o próprio PSL), rendeu contundente manifestação do decano da Suprema Corte, ministro Celso de Mello.
Em nota, o que não é comum em se tratando de STF e muito menos de Celso de Mello, o ministro enquadrou Bolsonaro, assinalando que o chefe do Executivo passou de todos os limites e que não vem respeitando a independência dos poderes.
Além-mar
O posicionamento foi duríssimo. Obrigou o presidente a, diretamente do exterior, se desculpar, dizendo que não foi ele o autor e que não sabia da postagem. Já havia ocorrido algo semelhante, com menor reação das instituições, na votação, semana passada, do processo que definirá se os corruptos poderão ser presos depois da condenação em segunda instância. Além-mar, o presidente da República deveria estar focado na agenda que interessa aos negócios do Brasil e não se envolvendo nesse jogo baixo de provocações online.
Espertalhão
A verdade é a seguinte. Parece muito claro que trata-se de estratégia bolsonarista. Solta o post, deixa repercutir e viralizar nas redes sociais. Na sequência, se apaga a postagem da rede oficial do presidente ou do filho 02, Carlos, mas ela segue rolando solta na internet. Mesmo assim, também vêm as desculpas, quase sempre muito parecidas. Já há quem veja que nem é mais estratégia e sim esperteza política.