Durante a reunião, o executivo da Embraco falou da mudança da empresa ao grupo japonês
“Hoje faz dez meses e 18 dias que não se rouba no Governo Federal”, afirmou o presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), João Joaquim Martinelli, durante a abertura da reunião desta segunda-feira, 19. Na ocasião, a entidade recebeu o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), Paulo Antônio Skaf. Em plateia formada pelo setor produtivo, abordou os cenários político e econômico com enfoque na reforma tributária.
Durante a exposição, fez elogios ao Governo Federal, mas pediu ao setor produtivo cautela ao acompanhar a revisão dos tributos. Sugeriu que a reforma tributária ocorra por etapas, com análise dos impostos federais (PIS, IPI e Cofins), em outro momento os estaduais e depois os municipais.
“Temos de ter cautela porque do contrário, em vez de simplificar, disfarçadamente, vem um aumento dos tributos e não é possível aumentar os percentuais”, ponderou. Segundo Skaf, não tem como fazer essa mudança enquanto municípios, estados e união estão tendo dificuldades financeiras, embora acredite que ela se viabilize em 2020. “A reforma tributária é importante, mas precisa ter serenidade, cautela e desconfiança”.
Para o presidente da ACIJ, a instituição de São Paulo é uma referência no acompanhamento do sistema tributário do país. “A FIESP contribuiu para evitar efeitos cascata na economia, tem essa luta continua pela justiça tributária e me recordo desde a época da extinção da CPMF”, destacou Martinelli, ladeado pelo prefeito Udo Döhler.
Acerca da política, Skaf disse do custo pessoal. “As pessoas generalizam todos e há gente de bem se dedicando e é para fazer coisas boas.” Na plateia formada por empresários reiterou que acredita na direção do Governo Federal, com crescimento de empregos, recuperação da confiança do setor produtivo, novos investimentos e movimento da economia.
Abordou também a necessidade de transformações na educação, uso de tecnologia e inovação e formação dos profissionais com perfis técnicos de acordo com a área de atuação. Falou pouco sobre o “Sistema S”, mas defendeu o desempenho e a atuação do Sesi e Senai em Santa Catarina e São Paulo.
Skaf passou o dia na cidade e fez visitas às empresas. “São de primeiro mundo porque detêm gestão, equipamentos e tecnologia de primeiro mundo e estão dispostos a investir mais e enfrentar novos desafios”. Ele também acumula as presidências do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a maior representatividade do segmento industrial da América Latina.
Mudança nas leis trabalhistas
Antes da palestra, o presidente da ACIJ falou da mudança na legislação trabalhista com impactos nos empresários e seus colaboradores. “Levaram décadas para aprovar essa alteração, agora poderemos ter uma lei para o século 21, não poderíamos ficar com leis da década de 50”, defendeu Martinelli. A Medida Provisória (MP 905/2019), publicada pelo Governo federal no dia 11 de novembro revoga 79 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), instituída em 1943.
Consolidada a transação da Embraco a grupo japonês
Ainda na reunião da ACIJ, o novo diretor de operações da Embraco (COO), José Lainor Driessen, falou da aquisição da empresa joinvilense pelo grupo japonês Nidec, fundado em 1970 com faturamento de 15 bilhões de dólares e atuação na área de refrigeração. A mudança de acionista aconteceu no dia 1 de julho deste ano, depois de a Comissão Europeia aprovar a transação. A companhia está desenvolvendo uma nova identidade visual.
“Fizemos investimentos de 20 milhões de dólares na unidade nas cinco últimas semanas para aumentar a produção e novas linhas de produtos”, destacou o COO. Segundo o executivo, a empresa fará novas contrações até o término do ano e, atualmente, geram 4,5 mil empregos no país. Na ocasião, Lainor também respondeu perguntas sobre as questões trabalhistas dos funcionários da Embraco – que agora passa a se chamar Nidec Global Appliance Compressores e Soluções em Refrigeração Ltda.
Fotos: Cleber Gomes/ACIJ