Houve cenas emblemáticas no recente evento de lançamento da Operação Verão, estabelecendo as estratégias das forças de segurança para a temporada que está se iniciando.
O evento em si é absolutamente voltado às questões policiais. Mas conteve forte conteúdo político-eleitoral como pano de fundo.
No palanque, estavam, entre outros, o governador Moisés da Silva, o comandante da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), Coronel Araújo Gomes, que também é o secretário de Segurança Pública; e o prefeito da Capital, Gean Loureiro, que é candidatíssimo à reeleição.
Araújo Gomes tem tudo para o ser o nome do PSL para disputar a prefeitura de Florianópolis. Apoiado por Moisés, que dá as cartas no partido. O governador não deseja apenas eleger o alcaide, mas também se livrar de um potencial adversário no pleito estadual de 2022.
Se Gean for reeleito, ele passará a ser nome natural à disputa majoritária em Santa Catarina. Detalhe: o prefeito deixou o MDB para concorrer pelo DEM. Já o seu ex-partido deve compor com o PSL, indicando o vice de Araújo Gomes. Muito provavelmente com o jovem vereador Rafael Daux, que é de tradicional família empresarial da Capital.
Calor
Portanto, paralelamente à atuação das corporações policiais e governamentais visando garantir a segurança dos turistas e catarinenses durante o Verão, deveremos acompanhar várias articulações de bastidores já nesta temporada quando o assunto for a eleição em Florianópolis.
Fundo do Poço
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em sessão que se estendeu por várias horas, concluiu o julgamento da ação penal derivada da “Operação Fundo do Poço”, que serviu de base à denúncia formulada pelo Ministério Público contra 37 réus entre políticos, agentes públicos e empresários. Boa parte da sessão, iniciada às 9 horas, foi consumida pela leitura do substancial voto da desembargadora Soraya Nunes Lins, relatora da matéria, com mais de 700 laudas.
Ao final dos trabalhos, o deputado estadual Romildo Titon, réu que atraiu a competência do julgamento para o Tribunal de Justiça por sua prerrogativa de foro, restou condenado a 10 anos e um mês de reclusão, em regime fechado, por corrupção passiva.
Calvário
Titon vai recorrer. A sentença, no entanto, o enfraquece sobremaneira politicamente. O deputado chegou a assumir a presidência da Alesc, mas ali permaneceu por curto período até ser afastado justamente pelos desdobramentos da Operação Fundo do Poço. O emedebista não reassumiu o cargo e seu ano de mandato foi completado por Joares Ponticelli, hoje prefeito de Tubarão. Romildo Titon conseguiu, com boa dose de dificuldade e incredulidade do distinto público, a reeleição em 2018 e na esteira destes fatos. Agora com a condenação, seu futuro político transforma-se numa gigantesca incógnita.
Alinhado
O Senador Jorginho Mello carrega uma marca: ser líder do partido que mais votou com o Governo Federal. Dados ressaltados por Eduardo Bolsonaro, Deputado Federal, em sua passagem por Santa Catarina.
Proximidade
A proximidade não é só votos, o filho do Presidente e Senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro fica um pouco à frente da bancada Catarinense. Durante o encontro, Flávio parabenizou Jorginho pelos dois projetos aprovados esta semana. O primeiro projeto cria o MEI para os caminhoneiros e o segundo acaba com as prisões administrativas para militares, que já tinha sido aprovado na Câmara e agora vai para Sanção Presidencial.