Muitas coisas mudaram e estão rapidamente neste 2020. Mas há práticas que parecem imutáveis no universo da administração e os recursos milionários administrados pelos poderes públicos.
Depois de ser muito cobrado por novos leitos de UTI para fazer frente à pandemia da Covid-19, o governo do estado anunciou uma licitação para instalar um hospital de campanha em Itajaí.
Previsão de 100 leitos, o que seria uma excelente notícia em tempos tão sombrios.
Só que a Justiça já brecou a operação toda. A empresa que ficou em segundo lugar, não aceitou o resultado, pois ofereceu o pacote todo por R$ 2 milhões a menos.
O Judiciário ao considerar pertinente a reclamação, suspendeu tudo até o poder Executivo conseguir uma nova liminar (que pode até acontecer rapidamente, mas que já deixou a empreitada fragilizada), ou se explicar direitinho perante o Juízo. Houve erro de avaliação? Houve desonestidade, conluio, negligência? Essas e outras dúvidas agora pairam sobre o dito hospital de campanha, enquanto os casos confirmados e o número de mortes por coronavírus segue sua escalada no Brasil e em Santa Catarina.
Guerra comercial
A se lamentar, também, neste episódio, que entidades empresarias de Itajaí estejam rejeitando a implantação do hospital de campanha, que está sendo visto como algo que vai atrapalhar a imagem da cidade e dos negócios. Numa hora dessas? Convenhamos. Tem muita gente que parece ainda não ter entendido a gravidade do quadro em que estamos, apesar de todas as restrições e do quadro surreal que vivemos!
Cresce insatisfação
Na mesma toada seguem as insatisfações e manifestações, agora pedindo a volta ao trabalho nas mais diversas áreas, desde a industrial até o transporte coletivo, passando por escolas e creches.
Liberando o comércio de rua, hotéis e pousada, o governador Moisés da Silva estendeu a quarentena até 30 de abril para alguns setores. Outros, como o ensino público, ficarão fechados ao público pelo menos até 30 de maio! O que gerou muita insatisfação, manifestada nas redes sociais de todas as maneiras imagináveis.
Autonomia
O prefeito da Capital, Gean Loureiro, está exercendo o poder de não cumprir o novo decreto estadual que libera o comércio de rua a partir desta segunda-feira. Em Florianópolis, as lojas não vão abrir. Por excesso de zelo, digamos, os alcaides dispõem da prerrogativa de ir na direção contrária do que determina o poder estadual. Só que não poderiam descumprir a lei se o Estado mandasse fechar determinado segmento e a prefeitura pretendesse liberar alguma atividade profissional, comercial, social, etc.
Segurando
Os ministros do TSE estão claramente tentando manter o calendário eleitoral deste ano, apesar dos gastos bilionários.
Neste fim de semana, Luiz Roberto Barroso, admitiu, contudo, que o pleito poderá ser adiado em função da pandemia. A ideia dos magistrados é que, se isso for necessário, esse adiamento será por algumas semanas “apenas”. A conferir.
Abismo
Projeção do Banco Mundial indica que o PIB brasileiro pode cair 5% este ano em função de tudo o que está acontecendo. Um desastre que parece ir se encaminhando, infelizmente. As consequências serão sentidas por anos.