Embora tenha desenvolvido um bom trabalho, é forçoso reconhecer, sobretudo neste período muito complicado de pandemia, Luiz Henrique Mandetta já estava com o prazo de validade vencido à frente do Ministério da Saúde.
Nos últimos dias, já nos estertores da guerra com o presidente, ele já estava falando tanto quanto trabalhando, o que nunca é positivo.
A gota d’água foi a entrevista do agora ex-titular da esplanada ao Fantástico. Ali ele claramente provocou Jair Bolsonaro, que aí resolveu deixar Mandetta sangrando até quinta-feira, quando se concretizou a demissão.
O sul mato-grossense Mandetta, que já cumpriu dois mandatos de deputado federal, sai menor do que as últimas pesquisas mostraram, mas ainda assim com bela popularidade. Só que é um estrelato muito pontual, atrelado ao momento de exceção que o país vive e tende a se diluir rapidamente.
É inimaginável pensar em uma candidatura presidencial de Mandetta. No máximo, ele poderá avaliar uma candidatura majoritária em Mato Grosso do Sul. Considerando-se o plano nacional, o ex-ministro sai da ribalta e irá experimentar o ostracismo típico de quem não tem mandato nem cargos de expressão.
Em sua primeira manifestação, registre-se, o novo titular da Saúde, Nelson Teich, pareceu habilidoso e equilibrado. Declarou que buscará o rumo da preservação de vidas mas com um viés também para atenuar os impactos econômicos da crise. O oncologista, um dos mais renomados do país, chega com apoio da classe médica, reafirma a política de isolamento, mas num tom mais light do que o antecessor e mais sintonizado com o que prega o presidente da República.
foto>Marcelo Casal Jr. Ag. Brasil