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Deputado: catástrofes climáticas já causaram mais de 300 mortes em SC

O deputado Padre Pedro Baldissera revelou que desde o dia 22 de novembro de 2008, quando ocorreu uma das maiores tragédias climáticas em SC, com enchentes e deslizamento de terra, principalmente no Vale do Itajaí, já foram contabilizadas mais de 300 mortes. “Até hoje temos quatro pessoas desaparecidas que não tiveram sequer uma despedida digna de suas famílias.” Segundo ele, somente os eventos mais graves dos últimos 20 anos geraram prejuízos superiores a R$ 20 bilhões ao Estado, não incluindo os efeitos colaterais. “Não é pouca coisa para o povo catarinense. Temos uma população de 6,7 milhões pessoas, destas, 3,2 milhões já foram diretamente afetadas por eventos extremos”, disse.

Padre Pedro relembrou que, desde 2009, quando houve um tornado devastador em Guaraciaba, tem solicitado medidas de prevenção e ações pós-desastres que se multiplicam ano a ano. “Não é só a chuva e ventos, há as estiagens também. No último ano mais de 190 municípios foram atingidos. Precisamos refletir sobre medidas e agir. Defendemos algumas linhas de atuação para intervir de forma mais objetiva neste contexto dramático que atinge todas as regiões”, afirmou.

Desequilíbrio ambiental – O primeiro ponto diz respeito ao meio ambiente. Embora carecendo de mais pesquisas, é possível afirmar que os desequilíbrios ambientais criam condições para catástrofes e as agrava. A ideia defendida pelo deputado, é verificar onde o Estado apresenta lacunas e trabalhar de forma a minimizá-las. “Um bom começo é a recuperação das matas ciliares, rios, banhados, fontes, nascentes. É preciso recompô-las”, defendeu.

Um segundo aspecto diz respeito à capacidade de prever ocorrências climáticas e aí Padre Pedro reconhece o trabalho da Sec. da Defesa Civil, que foi se equipando nos últimos anos. “É imprescindível investir em pesquisa científica e na captação de um fundo específico de recursos para dar mais estrutura ao órgão. ” O terceiro ponto é pensar em uma ação posterior aos eventos, em especial no atendimento de emergência à população e na recuperação dos estragos. “Esses momentos mexem com as emoções, com a vida das pessoas e traz desestruturação. É preciso recompor rapidamente suas casas e as cidades para voltarem à normalidade. ”

Padre Pedro recomenda também avançar no Fundo da Defesa Civil, formado por 2% das taxas recolhidas pelo setor da Segurança Pública do Estado. Proposta do deputado que não avançou na Alesc, sugeria que parte do valor pago pelas hidrelétricas, a título de indenização, fossem destinadas a este fundo. “Elas pagam 6,75% do que ganham com relação à energia à União, estados e municípios. Deste total, 0,75% vai diretamente ao Ministério do Meio Ambiente. Dos 6% que sobram, 10% seguem para a União e duas partes de 45% vão para os municípios atingidos e para o governo do Estado. Propomos que um percentual dos 45% cheguem ao Estado para incrementar o fundo e assim poderíamos ampliar e muito os recursos para o atendimento”, finalizou.

 

Foto: Rodolfo Espínola/Ag. Alesc