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O impeachment e as reações

É grande a movimentação política em torno do impeachment nesta primeira semana após o início do rito oficial do processo. Moisés da Silva está agindo com velocidade, algo que nunca havia feito até duas semanas atrás. Agora, procura recuperar algum tempo perdido para salvar o pescoço da degola. Tem feito contatos com dirigentes partidários, mandatários que não atuam na Alesc e com os próprios deputados estaduais.
Por telefone, como já relatamos, ele conversou até com Gelson Merisio (PSDB) que, embora não declare, vê com simpatia a sua permanência no governo. O tucano já percebeu que uma vez aceito o processo no plenário da Assembleia, ele irá desaguar em uma eleição indireta para que se eleja um governador biônico em Santa Catarina.
Perspectiva que começa a incomodar mais gente. Candidatos naturais à sucessão de Moisés da Silva, os senadores Esperidião Amin e Jorginho Mello, também sinalizam que este fato novo no meio do caminho para 2022 pode tumultuar o processo. E isso não interessa àqueles que, como eles, projetam candidaturas majoritárias no contexto de uma situação normal.

Mudança radical
Evidentemente que há deputados estaduais refratários num primeiro momento em relação às abordagens do governador. Ele nunca articulou absolutamente nada, nunca conversou, nunca buscou interação com a Assembleia Legislativa. Se tivesse agido assim desde o início, não estaria nesta situação crítica.

Sinais
Mesmo assim, há sinais de que os movimentos de Moisés e de seu grupo podem estar surtindo os primeiros efeitos.
O quadro atual já não parece tão extremo para o governador e a vice quanto aquele de 10, 15 dias atrás.

Fator municipal
Além das cartas já apresentadas pelo governo para tentar barrar o impedimento, como as conversas, a liberação efusiva de emendas parlamentares e a promessa de que não será candidato à reeleição em 2022, Moisés vê surgir outro fator que pode embaralhar o quadro.
É a chegada dos prefeitos ao entorno do processo de impeachment. Eles estão sendo procurados pelo govenador com aceno de obras e outras ações.

Nada de novo
Sim, é prática da velha política até porque a nova não disse a que veio. Moisés da Silva está fazendo o que seus antecessores e o que maioria dos políticos faz: toma-lá-dá-cá.

Ano eleitoral
De olho na reeleição, candidatura do sucessor ou mesmo no equilíbrio das contas públicas para fechar o quarto ano de mandato, os prefeitos podem pressionar os deputados de suas respectivas regiões. Nunca é demais lembrar que estamos em ano eleitoral, cuja eleição é justamente nos municípios.

Emedebistas
Outro componente: dificilmente a maior bancada da Assembleia, a do MDB, vai fechar questão em torno do impeachment. Os deputados não vão decidir sozinhos. Chamaram reunião, para a próxima segunda-feira, com parlamentares federais, prefeitos e dirigentes estaduais. Se não houver consenso, cada parlamentar vai definir seus votos por outros fatores, como a sobrevivência política, por exemplo.

Contabilidade
Segundo cálculos de interlocutores do governador, ele já teria 12 votos bem encaminhados. Para escapar da guilhotina, o mínimo necessário é de 14 deputados. Obviamente que para uma votação desta natureza, de vida ou morte, ninguém vai contando somente com o mínimo necessário. É preciso ter margem, ter gordura para queimar em caso de mudanças de última hora.

 

foto>Daniel Conzi, arquivo, Ag. Alesc

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