Blog do Prisco
Coluna do dia

Fogo cruzado

Na sequência do despacho da juíza Janaina Cassol Machado, que deu 15 dias para as manifestações do presidente da Assembleia, Júlio Garcia, e outros denunciados na Operação Alcatraz pela acusação de lavagem de dinheiro, nesta sexta-feira o Ministério Público Federal ofereceu nova denúncia envolvendo o parlamentar. Por mais quatro supostos crimes, entre eles corrupção e peculato.
A situação começa a se agravar para o deputado Júlio Garcia, que enfrenta um inferno astral parecido com o de Moisés da Silva. E a imagem de Santa Catarina vai sofrendo mais desgaste no plano nacional.
O estado está arriscado de perder o governador e a vice, que, salvo engano, têm tudo para serem afastados ainda este mês dos cargos, e o sucessor hierárquico neste contexto, o presidente do Parlamento estadual, também se encontra em situação delicada. Isso tudo acaba depondo contra Santa Catarina, dificultando a retomada do desenvolvimento econômico e de novos investimentos.

Geleia geral
O quadro de insegurança política e jurídica não ajuda a atrair novas empresas. Sem falar que estamos tentando sair do período de pandemia, processo que acaba não merecendo a devida atenção dos poderes.

Urgência, urgentíssima
No momento, a grande prioridade da sociedade é recuperar empresas, empregos, renda, enfim. Tudo somado, o conjunto de fatores torna a situação deprimente para Santa Catarina.

Fogueira de reputações
Advogado de defesa do deputado Júlio Garcia divulgou longa nota pública ainda na sexta-feira, após a nova denúncia do MP. O texto foi intitulado de “Queima de Reputações”. Abreu vai, literalmente, para cima do Ministério Público e da Polícia, lembrando que várias operações não deram em nada juridicamente, mas detonarem reputações de pessoas públicas ao longo da história recente.

A imprensa
Aliás, a imprensa cobrou, pressionou e o governador Moisés da Silva veio a público. Se manifestou, ainda que tardiamente, dando a cara pra bater. Já o presidente da Alesc mergulhou. Só tem “falado” através do advogado. Seria importante também a aparição pública de Júlio Garcia para se posicionar sobre este contexto.

Na Serra
Informações advindas da nossa querida serra catarinense indicam o acirramento e, por via de consequência, a imprevisibilidade nas disputas políticas locais.

Cidade polo
Em Lages, a maior cidade do Planalto, das sete candidaturas registradas, três delas arrancam com envergadura e fôlego para chegar a frente: o atual mandatário Antônio Ceron (PSD), político tarimbado e umbilicalmente ligado ao ex-governador Raimundo Colombo, repete chapa com Juliano Polese (PP) e vai enfrentar a chapa encabeçada pela Deputada Federal Carmen Zanotto (Cidadania), fortalecida pelo apoio recebido do PSDB e do PL de Jorginho Mello, tem como candidato a vice-prefeito o atual vereador Samuel Ramos (DEM) que, eleito pelo PSD, ocupou a Secretaria de Assistência Social nos primeiros três anos da gestão de Ceron.

Discurso e recall
Surge com potencial, ainda, a candidatura do jornalista Lucas Neves (PSL), vereador em primeira legislatura e que pode surpreender por dois motivos: o discurso de renovação e o recall da eleição de 2018, quando foi o segundo candidato mais votado na cidade para o cargo de deputado estadual. Como companheiro de chapa, o atual vereador Thiago Oliveira (Podemos).