O deputado Padre Pedro Baldissera fez um alerta sobre mais uma estiagem que assola a região Oeste de Santa Catarina, sem os agricultores terem se recuperado dos prejuízos da última seca ocorrida em junho. Ou colocamos a questão da água como prioridade ou vamos enfrentar problemas muito mais dramáticos e prolongados”, disse.
Segundo ele, vem alertando, desde 2003, o governo do Estado, as autoridades ambientais e as entidades empresariais de que é preciso, com urgência, melhorar a capacidade recuperar e preservar os mananciais. Também tem frisado a necessidade de construir cisternas, sistemas de barramento, de criar formas de acumular água nos meses chuvosos utilizando tecnologias simples. “Mas nada ou muito pouco foi ouvido”, lamentou.
O parlamentar advertiu também sobre a necessidade do tratamento cuidadoso das águas subterrâneas, uma vez que o poder público adotou um sistema de perfurar poços sem regramento. Ele destacou que o que fizemos nos últimos 20 anos, “a nossa omissão” está determinando o que está acontecendo agora. “Quando se trata de água, ninguém dá importância, até que ela venha a faltar. Não podemos dissociar a pauta ambiental nacional e internacional das nossas lutas aqui em Santa Catarina.”
Ele afirmou de que não se trata só de preservação do meio ambiente, mas das espécies, inclusive a humana e do ecossistema no qual estamos inseridos. Nos últimos 18 anos, Padre Pedro já apresentou mais de 130 emendas buscando recursos para programas de cisternas e encaminhou mais de 200 propostas, projetos e pedidos ao poder público. “Temos que ter atitudes e não dá para tratar as questões ambientais sem ir às causas das mesmas.”
Sem previsão
Não há previsão de chuva significativa e pelo menos três cidades Oeste já tem rodízio no abastecimento de água. Em Chapecó, o Lajeado São José que abastece a cidade, está praticamente seco o e Lajeado Rio Tigre não consegue garantir o abastecimento. Algumas localidades do interior estão recebendo água de caminhões pipa. “A agricultura familiar, camponesa e do agronegócio terão novos prejuízos, principalmente a cultura do milho usado para a silagem vai impactar as famílias, pois representa boa parte da movimentação econômica da região.”