O presidente Jair Bolsonaro chega nesta sexta-feira em Santa Catarina. Aterrissa por volta das 10h e participa da formatura da primeira turma da academia da Polícia Rodoviária Federal, situada na SC-401, Norte da Ilha.
Logo em seguida, ao meio-dia, o mandatário deixa a Capital com destino à cidade de Renascença, no Paraná, onde será inaugurada a PCH Bedim.
O detalhe é que Bolsonaro poderia sair de Florianópolis e fazer escala em Cascavel ou Pato Branco, já no estado vizinho. Mas não. O presidente fará escala em Chapecó. Estrategicamente. Porque lá tem um candidato apoiado pela direita, com destaque para a deputada federal Caroline De Toni, ainda filiada ao PSL (por imposição legal), mas ligadíssima a Bolsonaro. Leonardo Granzotto, o candidato, é filiado ao Patriota, mas também conta com o respaldo do prefeito Luciano Buligon.
Vai esquentar
A chegada do presidente da República à Capital do Oeste está prevista para às 13h. Certamente, o candidato, os mandatários e várias lideranças estarão presentes para trocar umas palavras e associar a imagem à popularidade de Jair Bolsonaro em Santa Catarina.
O fato poderá dar uma mexida no processo eleitoral de Chapecó, faltando pouco mais de uma semana para as eleições de 15 de novembro.
Moisés reapareceu cometendo novo equívoco
Há um sentimento, em vários segmentos políticos, sobre a agenda que Moisés da Silva estabeleceu para conversar com o presidente da Assembleia, Júlio Garcia. Que o recebeu, obviamente. A iniciativa, contudo, foi do governador afastado. Que agora parece estar querendo tomar gosto pela política (A conferir).
Unidade
A mensagem que Moisés quis passar foi de união para um novo momento ali adiante, quando ele deve voltar ao cargo. Maravilha. Só que ele errou no timing e na forma.
Timing
Sobre a tempestividade, já registramos aqui: deveria ter procurado Júlio Garcia em fevereiro de 2019 e não agora. Efetivamente, o presidente do Legislativo estadual tem um mês e meio de mandato. No calendário, são três meses, mas na vida real, sabemos todos, a segunda quinzena de dezembro e o mês de janeiro não contam. Ou seja, já existem fortes movimentos na Alesc visando a próxima eleição na Casa.
Novo contexto
Outro aspecto: depois do desfecho do primeiro impeachment no Tribunal Especial, as bancadas estão se reaglutinando e seguindo seus rumos. O MDB agora mantém certa distância de Júlio Garcia. O PT sempre foi independente em relação ao líder parlamentar; no PL, quem manda é o senador Jorginho Mello; e os seis do PSL são imprevisíveis. Só pra ficar em alguns exemplos do contexto atual.
DNA
Moisés da Silva, no entanto, errou também na forma de abordagem para esta nova fase que ele pretende imprimir se voltar ao governo. Escrever uma carta pode soar pedagógico, até lúdico, mas neste caso não surte o menor efeito. Ele deveria (ainda há tempo, muito embora os deputados olhem sempre com enorme desconfiança política para o governador) buscar as bancadas, fazer conversas partidárias, individuais e inclusive com os líderes das legendas. Ao fim e ao cabo, o governador afastado criou sim um fato. Mas seu tempo e forma foram inadequados. Como quase todos os movimentos dele na seara política!