Jornalista Ademir Arnon, sempre ativo e muito atencioso, se despediu da presidência da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) depois de 12 anos pilotando a entidade. Ele escreveu esta carta depois da eleição de sua sucessora, a jornalista Deborah Almada.
“Muito orgulho e gratidão guiam meus pensamentos enquanto escrevo essa mensagem. Antes de mais nada, preciso agradecer.
Ontem (19/11) ocorreu a eleição da jornalista Deborah Almada para a presidência da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Casa do Jornalista. Com isso, em breve deixo o cargo – e assumo novas funções no Conselho Superior da entidade. No momento, tenho a obrigação de lembrar dos últimos doze anos, período em que estive à frente dessa histórica associação.
Concretizamos um sonho antigo – sede moderna e ampla para melhor receber nossos associados, parceiros e público em geral -, realizamos inúmeros projetos de aperfeiçoamento profissional, promovemos ações para integrar a categoria, criamos o primeiro laboratório de pré-incubação de empresas de economia criativa específico para projetos de comunicação de Santa Catarina e defendemos de forma intransigente a liberdade de imprensa. Obras coletivas, executadas por inúmeros voluntários, que são motivo de orgulho para todos que atuamos na ACI e que foram possíveis apenas por causa do apoio de parceiros especiais que estiveram ao nosso lado nessa jornada.
Difícil citar aqui todos que apoiaram a ACI. Empresas de diversos segmentos, órgãos de imprensa e entidades associativas foram parceiros de todas as horas. Mas não posso deixar de destacar a atuação da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) e do SEBRAE Santa Catarina, essenciais em diversos momentos. A todos que contribuíram de alguma forma com a entidade nesses anos, meu sincero agradecimento.
Mas ainda há muito a ser feito. O horizonte que surge diante de profissionais de comunicação é desafiador. Mudanças tecnológicas e de hábitos, crise econômica e ameaças ao livre exercício profissional são elementos inescapáveis da atual realidade do segmento. Cabe à ACI posicionar-se como defensora da liberdade de imprensa e como apoiadora daqueles que buscam aperfeiçoamento para crescer profissionalmente. Também é inegável que a Associação, que reúne inúmeros profissionais brilhantes, pode aumentar seu protagonismo na produção e disseminação de cultura e conhecimento no Estado.
São desafios que terão de ser enfrentados pelos próximos dirigentes da entidade – que por certo precisarão de todo o apoio possível para terem sucesso. Felizmente – e por isso falei de orgulho no início da mensagem – muito foi feito nos últimos anos. E aqui não falo apenas de mim. A história da ACI é riquíssima e merece respeito. Com pedido antecipado de escusas aos ex-presidentes não citados, destaco o trabalho do jornalista e amigo Moacir Pereira, que me antecedeu no cargo. Foi ele o responsável por lançar os alicerces do futuro Memorial da Comunicação de Santa Catarina, projeto essencial que precisa ser levado adiante e que será um marco na valorização da comunicação do Estado.
Ter a capacidade de valorizar o passado e projetar – e atuar sobre – o futuro são desafios vitais para a existência e a legitimidade de uma entidade associativa. A ACI inicia uma nova fase e todos os dirigentes por certo têm isso em mente. A mim, resta agradecer o apoio de todos nos últimos anos, reafirmar meu compromisso com o sucesso dessa entidade e abrir breve parênteses para uma última lembrança antes da despedida.
Não posso revisitar os acontecimentos marcantes da minha gestão sem citar o querido Róger Bittencourt, que nos deixou anos atrás, quando ocupava a primeira vice-presidência da ACI e executava um trabalho magnífico na entidade. Talentoso companheiro, ele merece um aplauso e uma recordação especiais no momento em que mais uma vez nos unimos em torno do projeto de construir uma ACI cada vez mais forte.
Obrigado amigo(a), obrigado a todos.”
Ademir Arnon