A lenda do Rei Midas, diretamente das arcas da mitologia grega, reza que tudo o que ele
tocava vira ouro.
No Brasil, há uma espécie de Rei Midas às avessas. É o governador paulista, João
Doria. Tudo o que ele toca, vira Covid19. Crescem, contudo, as suspeitas de que por
trás dessa batalha para ser o protagonista da vacinação contra o vírus no país, podem
desaguar numa versão coronal da Lava Jato. De proporções épicas.
Além de ser o defensor número um da vacina chinesa (não pode ser nenhuma outra,
governador?), Doria pretende atropelar o governo federal. Que, registre-se, segue
claudicante quando o assunto é pandemia.
O paulista, espertalhão, beneficia-se da angústia popular. A população tomará qualquer
coisa, desde que algum especialista diga que vai funcionar para imunizar contra o
coronavírus. Sabendo disso, Doria promete vacinar os paulistas já em janeiro, mesmo
sem autorização da Anvisa. Quer, também, o holofote político, de olho em 2022.
Fanfarronice sem limites
Mas ele passou de todos os limites. Como um Midas da Covid-19, ele agora está
prometendo também vacinar qualquer brasileiro que vá a São Paulo. A versão
tupiniquim do mito grego também está dizendo que vai ajudar, distribuindo vacinas (?)
a outros estados. Hipocrisia pouca é bobagem neste país mesmo. Poucas vezes se viu
tanta desfaçatez e oportunismo barato.
foto>AFP, arquivo