Minutos depois de o Plenário da Assembleia Legislativa decidir pela revogação da prisão domiciliar do presidente da Casa, Júlio Garcia; bem como a derrubada das medidas cautelares (afastamento do mandato e da presidência), a juíza Janaína Cassol Machado expediu nova ordem de prisão contra o parlamentar, ainda na quinta-feira à noite.
O quadro é quase surreal e coloca em posição de confronto a Justiça Federal da Capital, personificada em Janaína, e o Legislativa estadual.
Ocorre que nova sessão extraordinária da Alesc para apreciar o segundo mandado de prisão contra Garcia terá que ser convocada.
A pergunta que ficou no ar é se vai se repetir o placar majoritariamente favorável ao deputado registrado na sessão de quinta-feira, quando o presidente da Casa contabilizou 30 votos a seu favor num universo de 35 votos. Houve duas abstenções e três parlamentares não compareceram. Outros votaram contra o presidente da Casa. A situação vai se deteriorando.
Desgaste brutal
Os autos têm indícios robustos que envolvem Júlio Garcia. O desgaste para os deputados estaduais tende a crescer, se é que isso é possível. A imagem da Alesc está na lona pelas manobras politiqueiras registradas em 2020. Até quando os deputados vão conseguir segurar a bronca? Na outra ponta, certamente a defesa de Garcia vai buscar reverter a situação pela via judicial, nos tribunais superiores.
A conferir os desdobramentos. A guerra está estabelecida e tende a ter ainda muitas batalhas até seu desfecho final.
Celeuma
Na terça-feira, o deputado Júlio Garcia, assim como outras figuras públicas (sem mandatos atualmente), foi alvo da segunda fase da Operação Alcatraz, batizada de Hemorragia, e teve decretada a prisão preventiva domiciliar pela juíza Janaína Cassol Machado. A magistrada também determinou o afastamento de Garcia do mandato e da Presidência da Alesc.
Filigranas
No entendimento da juíza, os deputados deveriam, de acordo com a Constituição Estadual, decidir somente sobre a revogação ou não da prisão do colega. A Procuradoria do Legislativo Estadual teve entendimento diferente e orientou que os parlamentares se posicionassem sobre a prisão e as medidas cautelares (afastamento), o que acabou ocorrendo.
Repúdio
O Sindicato do Comércio Varejista de Florianópolis e Região divulgou nota oficial na sexta-feira. Em repúdio à greve dos trabalhadores da Comcap, em Florianópolis. A entidade assinala que o movimento está deixando algumas ruas repletas de lixo, além do tumulto no trânsito, que infernizou a Capital, registrado na quinta-feira, inclusive com o fechamento de três vias da Ponte Pedro Ivo Campos.
Corte
O Sindilojas também manifestou apoio à proposta do prefeito Gean Loureiro, que corta benefícios e garantias previstas em acordos coletivos de trabalho assinados nos últimos anos entre a prefeitura e o sindicato dos trabalhadores da autarquia. E arremata, assinalando que o próprio “Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), que representa os trabalhadores da Comcap, não concorda com os ajustes propostos.”
A coluna concorda com o Sindilojas.